sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

PM proíbe rádios de pilha em estádios do RN e gera insatisfação de torcedores. De acordo com a polícia, proibição deve atingir apenas membros de torcidas organizadas

SEM FREQUÊNCIA!
 
 Vendedor de rádios de pilha a trabalho nas imediações da Arena das Dunas antes de uma partida de futebol (Claudio Abdon)

Nas duas últimas partidas de futebol disputadas em Natal – no último sábado (27) entre América e ABC e nessa quarta-feira (31) com ABC e Globo em campo -, a Polícia Militar proibiu o acesso de torcedores portando rádio de pilha, adereço historicamente tradicional nos estádios.

A determinação causou a revolta de torcedores. Em publicações nas redes sociais, os frequentadores das praças esportivas se mostraram contra a medida. “Sou saudosista: sem radinho, na Arena, não vou mais. E vou pensar se cancelo ou não meu título de sócio, já que talvez deixe de ir ao Frasqueirão. Se a intenção é afastar o torcedor, estão obtendo êxito” [sic], protestou um internauta.

A insatisfação foi além. “Quero saber quando foi o último incidente onde um rádio de pilha machucou qualquer pessoa… Isso não existe!” [sic], escreveu outro.

Radialista com anos de atuação no futebol potiguar, Marcos Lopes usou o blog pessoal que mantém na internet para classificar a determinação policial como “uma piada”.

“É uma decisão estapafúrdia e que mata a tradição do torcedor assistir o jogo no estádio, escutando emissora A, B ou C. Ver no rádio de pilha uma arma é exagerar na dose (…) Me parece que o combate à violência nos estádios não passa pelo inofensivo rádio de pilha. As autoridades deveriam olhar para outras coisas”, escreveu o narrador.

De acordo com a Polícia Militar, a decisão foi tomada por motivos de segurança e está mantida para os próximos jogos. A orientação é para que apenas membros de torcidas organizadas sejam impedidos de entrar com os rádios.

Contudo, um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra torcedores que não compõem torcidas organizadas tendo os objetos barrados por PMs. “Fui informado por um policial que alguém poderia tomar o rádio da minha mão e arremessar em alguém. E eu perguntei: ‘ele não poderia tomar meu celular?’” [sic], declarou um deles.

A própria corporação admite o erro no emprego da ação e informou que foi registrado um caso de um torcedor deficiente visual, que necessita do aparelho para acompanhar melhor os lances de jogo, impedido de entrar.

No Rio Grande do Norte, bem como em todo o território brasileiro, os rádios de pilha são tão comuns nos estádios ao ponto de serem comercializados nas entradas das praças desportivas.

(Por Heilysmar Lima/Portal no Ar)

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