O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve na Justiça
potiguar a indisponibilidade de bens e o bloqueio de R$ 2.490.812,85 em
contas do deputado estadual Galeno Torquato (PSD) e mais de 10 pessoas e
empresas diretamente ligadas às licitações do município de São Miguel,
no Oeste do estado. A penalidade ao parlamentar é pela época em que ele
foi prefeito da cidade do interior potiguar, entre 2005 e 2012.
Por meio da Promotoria de Justiça de São Miguel, o MPRN moveu ações
civis públicas contra os réus por atos de improbidade administrativa.
Nas investigações realizadas, o MPRN constatou que o grupo teria
fraudado licitações nas modalidades carta convite e pregão presencial.
Segundo o MPRN, fato que definiu a decisão judicial de bloquear seus
bens e de outros acusados, foram vários tipos de irregularidades, de
acordo com o órgão ministerial, como o conluio das empresas licitantes
(cujos sócios e representantes, a princípio, possuem vínculo); a entrega
de convite aos licitantes no mesmo dia em que emitido, mesmo que os
licitantes não possuíssem sede em São Miguel; e mesmo indícios da
inexistência da empresa contratada no endereço fornecido, ausência de
empregados e que subcontratou todo o serviço que deveria prestar à
Prefeitura (tendo sido a única participante de pregão).
Mais irregularidades
Em outro caso citado pelo MPRN, embora tenha sido formada a comissão de
licitação, não houve notícia de publicação do edital de licitação e do
extrato do contrato, além de indícios de que não houve empenho para
pagamento de valores.
Sinais da falta de análise correta das propostas (em que havia itens
não cotados); pedido de contratação por solicitação de despesa, sem
número ou série anual, e sem realizar a viabilidade da obra e juntada de
documentos emitidos a posteriori no procedimento licitatório, seriam as
demais ilegalidades observadas no trâmite das licitações investigadas
pelo Ministério Público.
O bloqueio, de acordo com o MPRN, poderá ser feito em bens imóveis –
especialmente situados em São Miguel e Natal ou em Mauriti e Juazeiro do
Norte, no Ceará – e de veículos ou valores depositados em instituições
financeiras. Devem ser asseguradas as quantias de cada bloqueio até a
totalidade de R$ 2.490.812,85.
Defesa
O G1 entrou
em contato com o deputado estadual Galeno Torquato, que, por meio de
sua assessoria de imprensa, afirmou ter tomado conhecimento da decisão
judicial pela imprensa. O parlamentar ainda disse que, durante sua vida
pública, jamais foi condenado por qualquer ato de improbidade
administrativa.
"Portanto, é com a serenidade de sempre, e com o respeito devido e
merecido ao Ministério Público, que prestarei ao Poder Judiciário todos
os esclarecimentos necessários à compreensão de que nenhuma ilegalidade
fora praticada", afirmou Torquato, por meio de nota.
(Por G1 RN)
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