O boato de que a categoria organizaria uma nova paralisação ganhou força a partir do compartilhamento de mensagens pelo WhatsApp - Tomaz Silva/Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Segurança Pública descartou a hipótese dos caminhoneiros voltarem a paralisar suas atividades após terem suas principais reivindicações atendidas e encerrarem o movimento paredista que durou 11 dias. O boato de que a categoria organizaria uma nova paralisação ganhou força a partir do compartilhamento de mensagens pelo Whatsapp.
Segundo a assessoria da pasta, o ministro Raul Jungmann determinou que a Polícia Federal apure os objetivos de quem espalhou o boato. A investigação ocorrerá no âmbito dos inquéritos já instaurados para apurar a paralisação e a suspeita de envolvimento de empresários na condução dos protestos que, inicialmente, tinham como motivação a alta do preço dos combustíveis, mas logo incorporaram outras demandas à pauta de reivindicações.
"Prosseguem as investigações sobre as ações com cunho
político. A PF e demais órgãos de segurança permanecem mobilizados,
investigando possíveis infiltrações no movimento [dos trabalhadores]",
informou a assessoria do ministério a Agência Brasil.
Em entrevista à Rádio Jornal, do Recife, o ministro
disse já ter conversado sobre o assunto com o ministro-chefe do Gabinete
de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchgoyen. Segundo Jungmann, o
serviço de inteligência já identificou de onde partiram as mensagens,
tratadas pelas autoridades como meros boatos.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também
disse nesta sexta que os órgãos de inteligência estão atentos à
divulgação de vídeos e notícias falsas que incitem a retomada da
paralisação dos caminhoneiros e dizem que o governo não cumpre o acordo.
Segundo ele, se for necessário, serão tomadas providências. "Não vai
ficar sem punição quem tentar descaracterizar a verdade dos atos
praticados pelo governo", disse Padilha em entrevista coletiva.
Inquéritos
Até a última terça-feira (29), a PF já tinha aberto 48
inquéritos para investigar a ocorrência de locaute na paralisação dos
caminhoneiros e encaminhado à Justiça vários pedidos de prisão. Nesta
quinta, o filho do dono de uma empresa de transporte e logística com
sede em Caxias do Sul (RS) foi preso em caráter temporário durante a
Operação Unlocked, deflagrada pela PF para reprimir a prática de locaute
em rodovias do estado. O locaute é a greve ou a paralisação realizada
por ou com o incentivo de empresários e é proibida por lei.
O Ministério Público Federal (MPF) também instaurou
diversos procedimentos investigatórios para apurar se lideranças do
movimento dos caminhoneiros infringiram a Lei de Segurança Nacional (Lei
7.170/1983) em ao menos quatro estados (São Paulo, Goiás, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina) onde foram registrados atos e declarações de
indivíduos insuflando outros manifestantes a pedirem intervenção militar
no país.
(Por
Agência Brasil)
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