O diretor financeiro da Petrobras, Ivan de Souza Monteiro, participa de audiência conjunta das comissões de Serviços de Infraestrutura e de Assuntos Econômicos do Senado - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília - O presidente Michel Temer anunciou, em
pronunciamento nesta sexta-feira, que o governo indicará Ivan Monteiro
como novo presidente definitivo da Petrobras. Monteiro, que está na
estatal desde fevereiro de 2015, precisará ter o nome aprovado pelo
Conselho de Administração da estatal. Se aprovado, substituirá Pedro
Parente, que pediu demissão do comando da petrolífera na manhã desta
sexta-feira.
"Escolhido hoje como interino, Ivan Monteiro será
recomendado ao conselho de administração para ser efetivado na
presidência da Petrobras", afirmou Temer. No pronunciamento, de cerca de
três minutos, ele ressaltou que seu governo mantém o "compromisso com a
recuperação e a saúde financeira" da empresa e que, por isso, não
haverá qualquer interferência na política de preços da companhia, como
alguns políticos pressionam.
"Aproveito para reafirmar que meu governo mantém
compromisso da recuperação e saúde financeira da Petrobras. Portanto,
continuaremos com a política econômica que, nesses dois anos, retirou a
empresa do prejuízo e a trouxe novamente para o rol das mais respeitadas
do Brasil e do exterior. Declaro também que não haverá interferência na
política de preços da companhia. E Ivan Monteiro é a garantia de que
esse rumo permanece inalterado", declarou Temer.
O presidente desejou sucesso a Monteiro e aproveitou o
pronunciamento para agradecer a Pedro Parente pela "revitalização" da
Petrobras. Mais cedo, o Conselho de Administração da estatal já havia
aprovado o nome de Monteiro como presidente interino da empresa. Após a
reunião, o executivo viajou a Brasília, onde se reuniu com Temer no
Palácio do Planalto, quando aceitou formalmente o convite para assumir o
comando da petrolífera.
Temer quis decidir o novo presidente definitivo no
mesmo dia da saída de Parente para acalmar o mercado financeiro. O
objetivo foi encerrar especulações sobre possibilidade de um nome
político assumir o controle da empresa, evitando que as dúvidas se
prolongassem pelo final de semana. A saída de Parente provocou queda de
14% nas ações da Petrobras nesta sexta.
O governo quer mostrar que a independência da empresa
será mantida, apesar da saída de Parente do cargo. Temer está sendo
muito pressionado a mudar a atual política de preços, mas sabe dos
reflexos que isso terá nas ações da empresa e tenta evitar que, depois
da recuperação alcançada pela estatal, ela volte a sofrer novo baque.
(Por
Estadão Conteúdo)
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