Crianças protestam em funeral no dia 13 de agosto, após ataque aéreo da coalização liderada pela Arábia Saudita que tirou a vida de 40 crianças. - STRINGER / AFP
Nova Iorque - Ao menos 22 crianças e quatro
mulheres morreram em um ataque aéreo da coalizão liderada pela Arábia
Saudita quando fugiam das zonas de combate no Iêmen, declarou nesta
sexta-feira o secretário-geral-adjunto das Nações Unidas para assuntos
humanitários.
Outras quatro crianças morreram na quinta-feira em
outro ataque aéreo na região de Al-Durayhimi, ao sul da cidade rebelde
de Hodeida, denunciou Mark Lowcock.
"Esta é a segunda vez em duas semanas que um ataque
aéreo da coalizão liderada pela Arábia Saudita causou dezenas de baixas
civis", disse Lowcock em um comunicado.
Um ataque da coalizão contra um ônibus no reduto
rebelde de Saada em 9 de agosto matou 51 pessoas, incluindo 40 crianças,
levando o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a pedir uma
investigação independente.
Lowcock ecoou o apelo de Guterres por "uma investigação
imparcial, independente e rápida" e disse que "aqueles com influência"
devem garantir que os civis sejam protegidos.
A coalizão anunciou que vai investigar o ataque de 9 de
agosto, que gerou forte condenação internacional, mas grupos de
direitos humanos insistem que qualquer investigação deve ser imparcial.
A agência de notícias Saba, liderada pelos rebeldes,
indicou que o ataque aéreo na quinta-feira atingiu um ônibus e uma casa,
mas os Emirados Árabes Unidos (EAU), parceiro na coalizão, culpou os
rebeldes huthis pelo ataque.
Al-Durayhimi tem sido palco de confrontos entre os rebeldes e as forças pró-governo há duas semanas.
"Tinha esperança que a indignação que se seguiu ao
ataque de Saada há duas semanas fosse um ponto de virada no conflito. Os
ataques de ontem em Al-Durayhimi, que mataram 26 crianças, indicam que
não foi isso que aconteceu", afirmou Henrietta Fore, diretora da UNICEF,
a agência da ONU para as crianças.
Liderada pela Arábia Saudita, a coalizão lançou sua
campanha militar no Iêmen em 2015 para pressionar os huthis que ainda
controlam a capital, Sanaa, e devolver o poder ao presidente Abd Rabo
Mansur Hadi.
A guerra deixou quase 10.000 mortos e desencadeou o que a ONU descreve como a pior crise humanitária do mundo.
(Por
AFP)
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