
Promotores pedem que o ex-prefeito devolva R$ 5,2 milhões aos cofres públicos e pague uma multa - José Cruz / Agência Brasil
São Paulo - Candidato a vice na chapa do PT à Presidência da República, o ex-prefeito Fernando Haddad virou réu em ação de improbidade administrativa na qual o Ministério Público de São Paulo pede a condenação do petista pelo suposto prejuízo de R$ 5,2 milhões aos cofres da Prefeitura com a construção de uma ciclovia pela sua gestão na capital (2013-2016).
A ação foi movida em fevereiro de 2016 pelos promotores
Marcelo Milani e Nelson Sampaio e recebida no último domingo pelo juiz
Kenichi Koyama, da 11ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. Além de
Haddad, também viraram réus os ex-secretários Jilmar Tatto
(Transportes), candidato do PT ao Senado, e Ricardo Teixeira
(Subprefeituras), um ex-assessor de Teixeira e a empresa Jofege
Pavimentação e Construção, contratada para executar a obra.
Segundo a denúncia do MP paulista, a construção de um
trecho de 12,4 km da ciclovia Ceagesp-Ibirapuera pelo valor de R$ 54,78
milhões foi feita sem a devida licitação, sem projeto executivo e com
preço superfaturado.
Os promotores afirmaram que cada quilômetro da ciclovia
feita entre 2014 e 2015 na gestão Haddad custou R$ 4,4 milhões, valor
613% maior do que os R$ 617 mil pagos por quilômetro pela gestão do
antecessor Gilberto Kassab (PSD) para fazer trecho de ciclovia na mesma
região da cidade.

Segundo a denúncia, a construção de um trecho de 12,4 km da ciclovia Ceagesp-Ibirapuera foi feita sem a devida licitação, sem projeto executivo e com preço superfaturado - Rovena Rosa / Agência Brasil
Segundo os promotores, "todas as ilegalidades" citadas
na ação "foram engendradas" pelo então prefeito "como decorrência de sua
fixação, como meta de governo, de implantar a todo custo e o mais
rapidamente possível as ciclovias na cidade de São Paulo, mesmo que ao
arrepio da legislação vigente e de modo a causar prejuízo ao erário". Os
promotores pedem ao menos a devolução do prejuízo de R$ 5,2 milhões e
multa.
Desde o início da ação, todos os acusadas negaram as
irregularidades apontadas. As defesas de Haddad e Tatto disseram que
ambos não tiveram nenhuma relação com o contrato, celebrado pela
secretaria das Subprefeituras.
Em nota, a assessoria do ex-prefeito afirmou que "o
próprio juiz" em seu despacho "cita as medidas tomadas pelo prefeito no
âmbito da Controladoria Geral do Município, por ele criada, como
argumento para afastar qualquer culpa ou dolo".
No despacho, o juiz diz que "a criação da CGM dá sinais
de que o mandatário (Haddad) não tinha qualquer intento ilegal. Isso,
contudo, segue o magistrado "não basta para isentar o correquerido da
responsabilidade por sua omissão".
(Estadão Conteúdo)
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