sábado, 4 de agosto de 2018

Mulher é esfaqueada durante tentativa de assalto em estação de BRT no Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO
 Letícia de 23 anos estava na estação Marambaia quando foi atacada

Letícia Copaja, de 23 anos, foi esfaqueada durante uma tentativa de assalto na estação do BRT Marambaia, no bairro de Vaz Lobo, na Zona Norte do Rio. A vítima contou que voltava do trabalho quando foi atacada por um adolescente, dentro da plataforma. O crime ocorreu no último dia 27.

A vítima contou ao EXTRA, que aguardava a mãe na estação, como costuma fazer todos os dias devido ao horário que chega do trabalho, por volta da meia-noite. No entanto, nesse dia, a mãe se atrasou.

— Eu estava voltando do trabalho, sou estagiária de um musical que estava em cartaz no Teatro Bradesco, na Barra da Tijuca, como de costume fui de BRT até Vicente de Carvalho e peguei um parador para a estação Marambaia, onde minha mãe me busca para que eu não volte sozinha de madrugada — relatou.

Estação do BRT Marambaia, em Vicente de Carvalho
Estação do BRT Marambaia, em Vicente de Carvalho Foto: Reprodução Google Maps
A jovem relatou que enquanto aguardava sua mãe dentro da estação, duas senhoras e um adolescente desembarcaram de um ônibus do consórcio que vinha no sentindo contrário. As duas deixaram a estação, mas o rapaz permaneceu no local. Segundo ela, não havia mais ninguém na plataforma além do menino.

— Era 00h50, minha mãe tinha se atrasado um pouco mas já estava a caminho, eu estava sozinha na estação, não havia nem o controlador de acesso que geralmente fica durante a noite toda. Chegou outro ônibus parador, vindo da direção oposta da que eu vim, desceram duas senhoras e um menino de uns 13/14 anos, gordinho.

Letícia contou ainda que chegou a pensar que o garoto teria passado do ponto e estaria esperando um outro ônibus. Mas em seguida, ele veio em sua direção e a abordou próximo da entrada da estação. Como a vítima não entregou o celular, o assaltante usou uma faca de serra que estava escodido no casaco. Ela ainda pediu socorro, mas acabou sendo atingida no rosto e na cabeça. 

— Quando elas passaram o menino chegou perto de mim, parou do meu lado, falou algo que de início eu não entendi e não dei muita atenção mas depois ele repetiu "tá com o celular aí?", eu não tinha nada em minhas mãos então respondi "não", foi quando ele tirou do bolso do casaco uma faca de serra e me atacou. Primeiro ele tentou me acertar no peito mas eu estava com a mochila que levo pro trabalho na frente do corpo e ele não conseguiu me furar. Eu estava bem colada na catraca de entrada e enquanto me esquivava tentando me defender comecei a gritar pedindo ajuda e socorro, na esperança de que o rapaz que cuida da estação estivesse dentro da cabine e saísse para me socorrer.

Letícia conta que as duas passageiras ainda voltaram e a socorreram e um homem que mora ao lado da estação. O menino fugiu em direção a Rua Turvo, sem levar nada.

— Eu estava lá, sangrando, dois cortes, chorando e com medo de que no caminho ele encontrasse minha mãe e fizesse algo com ela. Uma das senhoras me emprestou uma toalhinha para estancar o sangue, o senhor que me ouviu gritar, desceu para me ajudar e chamou a emergência. Foram os três que ficaram comigo até que minha mãe chegasse e a ambulância me atendesse.

Letícia foi levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde recebeu os primeiros atendimentos. A jovem teve sete pontos no rosto e quatro na cabeça. Após deixar o hospital, a vítima procurou a delegacia 27ª DP (Vicente de Carvalho) e registrou o caso.

— Não fui a primeira nem a úiltima a ser atacada dessa forma dentro do BRT e ninguém faz nada nunca. Sei que poderia ter sido muito pior mas a cidade está largada, tudo um caos. — concluiu.

Procurada a Polícia Civil apenas informou que as investigações estão em andamento. Em nota, o BRT disse que está "à disposição das autoridades de segurança pública para ceder todo o material para a elucidação do caso."

Nota na íntegra do BRT:

O BRT é vítima, como toda a cidade do Rio de Janeiro, da grave crise de segurança pública que vem afetando o estado. Apesar do monitoramento através das câmeras de segurança e dos nossos esforços para aumentar o efetivo e melhorar a sua capacitação, coibir transgressões, delitos e crimes de qualquer natureza é atribuição e competência do poder público. Estamos à disposição das autoridades de segurança pública para ceder todo o material para a elucidação do caso.

(por: Extra.Globo.com)

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