RIO DE JANEIRO
Letícia Copaja, de 23 anos, foi esfaqueada durante uma tentativa de
assalto na estação do BRT Marambaia, no bairro de Vaz Lobo, na Zona
Norte do Rio. A vítima contou que voltava do trabalho quando foi atacada
por um adolescente, dentro da plataforma. O crime ocorreu no último dia
27.
A vítima contou ao EXTRA, que aguardava a mãe na estação,
como costuma fazer todos os dias devido ao horário que chega do
trabalho, por volta da meia-noite. No entanto, nesse dia, a mãe se
atrasou.
— Eu estava voltando do trabalho, sou estagiária de um musical que
estava em cartaz no Teatro Bradesco, na Barra da Tijuca, como de costume
fui de BRT até Vicente de Carvalho e peguei um parador para a estação
Marambaia, onde minha mãe me busca para que eu não volte sozinha de
madrugada — relatou.
A
jovem relatou que enquanto aguardava sua mãe dentro da estação, duas
senhoras e um adolescente desembarcaram de um ônibus do consórcio que
vinha no sentindo contrário. As duas deixaram a estação, mas o rapaz
permaneceu no local. Segundo ela, não havia mais ninguém na plataforma
além do menino.
— Era 00h50, minha mãe tinha se atrasado um pouco
mas já estava a caminho, eu estava sozinha na estação, não havia nem o
controlador de acesso que geralmente fica durante a noite toda. Chegou
outro ônibus parador, vindo da direção oposta da que eu vim, desceram
duas senhoras e um menino de uns 13/14 anos, gordinho.
Letícia
contou ainda que chegou a pensar que o garoto teria passado do ponto e
estaria esperando um outro ônibus. Mas em seguida, ele veio em sua
direção e a abordou próximo da entrada da estação. Como a vítima não
entregou o celular, o assaltante usou uma faca de serra que estava
escodido no casaco. Ela ainda pediu socorro, mas acabou sendo atingida
no rosto e na cabeça.
— Quando elas passaram o menino chegou
perto de mim, parou do meu lado, falou algo que de início eu não entendi
e não dei muita atenção mas depois ele repetiu "tá com o celular aí?",
eu não tinha nada em minhas mãos então respondi "não", foi quando ele
tirou do bolso do casaco uma faca de serra e me atacou. Primeiro ele
tentou me acertar no peito mas eu estava com a mochila que levo pro
trabalho na frente do corpo e ele não conseguiu me furar. Eu estava bem
colada na catraca de entrada e enquanto me esquivava tentando me
defender comecei a gritar pedindo ajuda e socorro, na esperança de que o
rapaz que cuida da estação estivesse dentro da cabine e saísse para me
socorrer.
Letícia conta que as duas passageiras ainda voltaram e a
socorreram e um homem que mora ao lado da estação. O menino fugiu em
direção a Rua Turvo, sem levar nada.
— Eu estava lá, sangrando,
dois cortes, chorando e com medo de que no caminho ele encontrasse minha
mãe e fizesse algo com ela. Uma das senhoras me emprestou uma toalhinha
para estancar o sangue, o senhor que me ouviu gritar, desceu para me
ajudar e chamou a emergência. Foram os três que ficaram comigo até que
minha mãe chegasse e a ambulância me atendesse.
Letícia foi levada
para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde recebeu os primeiros
atendimentos. A jovem teve sete pontos no rosto e quatro na cabeça. Após
deixar o hospital, a vítima procurou a delegacia 27ª DP (Vicente de
Carvalho) e registrou o caso.
— Não fui a primeira nem a úiltima a
ser atacada dessa forma dentro do BRT e ninguém faz nada nunca. Sei que
poderia ter sido muito pior mas a cidade está largada, tudo um caos. —
concluiu.
Procurada a Polícia Civil apenas informou que as
investigações estão em andamento. Em nota, o BRT disse que está "à
disposição das autoridades de segurança pública para ceder todo o
material para a elucidação do caso."
Nota na íntegra do BRT:
O
BRT é vítima, como toda a cidade do Rio de Janeiro, da grave crise de
segurança pública que vem afetando o estado. Apesar do monitoramento
através das câmeras de segurança e dos nossos esforços para aumentar o
efetivo e melhorar a sua capacitação, coibir transgressões, delitos e
crimes de qualquer natureza é atribuição e competência do poder público.
Estamos à disposição das autoridades de segurança pública para ceder
todo o material para a elucidação do caso.
(por: Extra.Globo.com)
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