Raquel Dodge - José Cruz / Agência Brasil
Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel
Dodge, defendeu, nesta terça-feira, a rejeição do pedido no qual o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende aguardar em liberdade o
julgamento de mais um recurso contra a condenação na Operação Lava
Jato.
No parecer, Dodge afirma que a prisão de Lula deve ser
mantida como forma de prevenção e repressão dos crimes cometidos pelo
ex-presidente. Segundo a procuradora, pesam contra Lula “gravíssimas e
inúmeras consequências judiciais, as quais não encontram precedentes no
sistema jurídico brasileiro”.
“Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para o mais alto
cargo do Executivo Federal com um ferrenho discurso anticorrupção,
alardeando sua honestidade e prometendo combate aos dilapidadores dos
cofres públicos. Elegeu-se em virtude de sua retórica de probidade e
retidão. Tais fatos elevam sobremaneira o grau de censurabilidade da
conduta do recorrente e devem ser punidos à altura”, argumentou.
Raquel Dodge afirmou ainda que os crimes cometidos por
Lula tiveram como motivação “manter o esquema de cartel e corrupção na
Petrobras funcionando”. "Os motivos dos crimes também ensejam avaliação
desfavorável ao requerente. È evidente que o motivo dos crimes
constituiu a ambição de enriquecimento desmedido e manutenção no poder,
comprometendo o correto funcionamento do processo decisório da
Petrobras, bem como interferindo e promovendo o desequilíbrio no sistema
econômico e político do país", completou.
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal
em Curitiba desde o dia 7 de abril, por determinação do juiz Sérgio
Moro, que ordenou a execução provisória da pena de 12 anos e um mês de
prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do
triplex em Guarujá. A prisão foi executada com base na decisão do STF
que autorizou prisões após o fim dos recursos na segunda instância da
Justiça.
(Agência Brasil)
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