sexta-feira, 19 de abril de 2019

Chamado de ‘escória’, Doria processa Kajuru por injúria e difamação. Em entrevista a VEJA, senador criticou decisão do tucano de renunciar à Prefeitura e questionou se entrevistados de Doria na TV 'eram gratuitos'

JUSTIÇA
 
 O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) (Amanda Perobelli/Reuters - Cristiano Mariz/VEJA)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentou nesta quinta-feira, 18, uma queixa-crime contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) com base nas declarações deste em entrevista a VEJA publicada no último dia 5.

Na peça, assinada pelo advogado Fernando José da Costa, Doria afirma que Kajuru cometeu os crimes de injúria e difamação ao chamá-lo de “escória” e “chumbrega”.

Questionado se os planos de ser senador vinham de muito tempo, o político do PSB afirmou que deixou claro em 2016, quando se elegeu vereador de Goiânia, que sairia do cargo para buscar o Senado. Ele se colocou em contradição com o tucano que, na visão dele, foi a “escória da escória” ao deixar a Prefeitura de São Paulo para se eleger governador do Estado.

Em outra resposta, perguntado sobre as razões para ter essa visão de João Doria, o parlamentar levanta o questionamento de se “aqueles entrevistados eram gratuitos”, em referência aos programas que o hoje governador apresentou em emissoras de televisão. “Tal afirmação alude que João Doria Júnior recebia dinheiro de seus entrevistados, dando a entender que ele não exercia a sua função de entrevistador com a seriedade necessária, já que manipularia as entrevistas de acordo com interesses escusos”, escreve Costa na queixa-crime.

Para a defesa de Doria, as falas de Jorge Kajuru não se inseririam no contexto da chamada “imunidade parlamentar”, que protege deputados e senadores contra ações por declarações e votos. No entendimento do advogado Fernando da Costa, a imunidade contempla apenas as falas que estão relacionadas às funções centrais do mandato, a elaboração de leis e a fiscalização do Poder Executivo.

“No caso em apreço, a conduta praticada se deu por propagação de informações falsas, difamatórias e injuriantes em entrevista concedida a VEJA, apenas visando atacar a honra de João Doria. Resta claro que não se está tratando de elaboração de leis, tampouco de fiscalização de atos do Poder Executivo”.


(Por Guilherme Venaglia/Veja.com.br)

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