/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/A/I/wIrUhyQtGkhwKJJAaBPQ/whatsapp-image-2019-04-05-at-18.51.49-1-.jpeg)
Yoanis Infante, médico cubano que ficou no Brasil após saída do Mais Médicos, virou atendente de farmácia em Mossoró, RN — Foto: Cedida
Com 26 anos de experiência como médica, Zuzel Ramos Rodriguez vive uma
nova experiência profissional. Fora do programa Mais Médicos desde o
final do ano passado, quando o governo federal encerrou a parceria com a
Organização Panamericana de Saúde (Opas), ela conseguiu emprego como
balconista de farmácia no bairro Abolição I, em Mossoró.
Ela não é um caso isolado. Sem o processo de revalidação dos diplomas,
pelos menos três profissionais cubanos que atuavam na cidade e resolveram ficar no Rio Grande do Norte após a saída de Cuba do programa estão trabalhando em farmácias, ganhando um salário mínimo mensalmente.
"O processo do Revalida de 2017 só acabou agora e nós estamos esperando
abrir o novo edital para revalidar nossos diplomas e poder atuar", diz a
médica, que chegou a Mossoró em 2014. Ela se casou e se estabeleceu na
cidade.
Apesar das dificuldades, Zuzel não reclama do novo emprego. "É uma
experiência boa, porque já conheço nomes de medicamentos genéricos e
tenho conhecido outros. Não era o que eu estava acostumada, mas eu
gosto", conta.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/6/q/cLStuhTcOleQA757MbOA/whatsapp-image-2019-04-06-at-08.55.18.jpeg)
Com 26 anos de experiência, dra. Zuzel Ramos Rodriguez é uma entre
médicos cubanos que viraram atendentes de farmácia no RN — Foto: Cedida
Reconhecidos por antigos pacientes, os médicos sempre são abordados por
pessoas que querem fazer uma consulta, mas lembram que não podem
exercer a profissão enquanto não fizerem a revalidação do diploma. "Não
podemos fazer consultas, nem receitar remédios", lembra Yoanis Infante,
outro profissional que também virou balconista.
Yoanis trabalha há dois meses em uma farmácia do bairro 12 Anos - o
mesmo no qual ele atuava como médico de saúde da família, pelo Mais
Médicos. Com alguns descontos, por não ter trabalhado o primeiro mês
completo, recebeu R$ 650 de salário. "Trabalho por comissão, mas se não
alcanço o salário mínimo, a farmácia completa, Tem os descontos como
INSS", diz.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/S/G/Hqm7DkRf2l0C6zRne3eQ/whatsapp-image-2019-04-05-at-18.51.49-2-.jpeg)
Dr. Yoanis Infante, médico cubano que ficou no Brasil após saída do Mais
Médicos, atendendo clientes de farmácia em Mossoró — Foto: Cedida
O médico reclama porque diz que há vagas disponíveis no programa,
porém, o governo não abriu oportunidade para os profissionais cubanos
que decidiram ficar no país. "Disseram que os médicos que quisessem
ficar poderiam fazer revalidação e continuar no programa, mas isso não
aconteceu. Só abriram para brasileiros com CRM e brasileiros que se
formaram no exterior. Alguns até já abandonaram as vagas, mas não deram
oportunidade para nós", diz.
Nesta sexta-feira (5), o Ministério da Saúde informou que um dos
médicos contratados no último edital para preencher as vagas aberta pela
saída dos cubanos em Mossoró deixou o cargo. Ao todo, foram 19 no estado. Porém, de acordo com Yoanis, há pelo menos três vagas abertas na cidade.
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado afirmou ainda
na sexta que está fazendo um levantamento junto às prefeituras para ter
uma dimensão do déficit no estado.
(Por Igor Jácome, G1 RN)
Nenhum comentário:
Postar um comentário