
O ex-presidente Michel Temer (Adriano Machado/Reuters)
Preso por quatro dias em março e réu em cinco casos (com a possibilidade de uma sexta acusação), o ex-presidente Michel Temer
declarou que não acredita na possibilidade de voltar a ser preso. “Não
acredito nisso (na possibilidade de voltar a ser preso). Posso acreditar
em arbitrariedades, por uma razão singela: não há provas. Cadê a
prova?”, questionou Temer em entrevista publicada nesta sexta-feira 12
pelo jornal Folha de S. Paulo.
O ex-presidente afirma que há “um núcleo
punitivista” entre os promotores público que quer “a cabeça um
ex-presidente da República como um troféu”, como alegou em entrevistas anteriores.
Ele diz que “vai para o enfrentamento público” contra o processo e
provará que não existem provas que possam levar à sua condenação.
“Na decisão (de prisão), o que mais se
verificava, o desembargador que concedeu a liminar ressaltou esse ponto,
era uma frase curiosíssima: ‘a prova ainda é superficial’. Segundo:
(escreveram) ‘parece que’, ‘tudo indica que’, ‘tudo leva a crer’. Não
tem nada dizendo: está aqui o documento, está aqui a fala não sei de
quem”, expõe.
Temer alega também que não pode ser imputado o “crime de amizade” por
suas relações com outras pessoas investigadas, como José Yunes, Moreira
Franco, Rodrigo Rocha Loures, Geddel Vieira Lima e o coronel Lima.
“Eu confio (nessas pessoas) enquanto eu
os conheci, enquanto conviveram comigo, idoneidade absoluta. Se alguém
fez alguma coisa, eles estão se defendendo no Judiciário. Não se pode
imputar aquilo que eu chamo de crime da amizade. Se eu conheço fulano, e
ele fez alguma coisa, eu sou responsável. É o mesmo raciocínio para
dizer: se a empresa tal fala comigo, eu sou responsável pela empresa.
Agora, não tenho uma palavra negativa para falar em relação a eles”,
declara o ex-presidente.
Na entrevista, Temer revelou que escreveu
um diário de 90 páginas descrevendo os quatro dias em que permaneceu
preso na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro. Ele chama o texto de
“Memórias do Arbítrio”, mas ainda não considera publicar o conteúdo.
(por:Veja.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário