Acompanhados por técnicos do Ministério Público do Rio Grande
do Norte e do Idema, membros da Associação de Moradores de Areia Preta
(AMAP) se reuniram na manhã de ontem para uma breve caminhada entre as
praias de Miami e Areia Preta, na zona Leste da capital, a fim de
identificar pontos a serem melhorados pelo poder público no que diz
respeito à urbanização da orla na região.
De acordo com Nelson Freire, presidente da
AMAP, que hoje conta com cerca de 180 residentes associados, um dos
maiores problemas do trecho são as ligações clandestinas de esgoto na
rede de captação de água da chuva, o que provoca acúmulo de água suja na
areia da praia.
A situação acaba causando uma “língua preta” na areia exalando mau cheiro.
“Temos
pelo menos duas línguas desta na praia de Areia Preta em frente a
restaurantes movimentados constantemente por turistas”, argumenta
Freire, que é ex-secretário estadual de Turismo.
Outro problema detectado pelos moradores,
ainda de acordo com Nelson Freire, é a própria limpeza urbana da praia,
principalmente com relação à poda das plantas que crescem nas marginais
da Via Costeira. “Não está sendo feita uma limpeza desse matagal, e isso
atrapalha tanto o motorista, porque diminui o campo de visibilidade
dele, quanto o pedestre que sofre com a insegurança facilitada por esses
arbustos grandes”, diz.
Em contrapartida, a segurança na região é elogiada por Nelson Freire, após um ano de intensa cobrança por parte da associação.
“A segurança está sendo regular”, comenta,
frisando que o problema atual da área é mesmo o de saneamento e esgotos
clandestinos que contribuem com a poluição da praia e o mau cheiro.
O
diretor da AMAP, o engenheiro Roberto Goiano, observou também a
existência de buracos na calçada da orla, além da degradação dos muros
de contenção da avenida.
“Eu mesmo contei oito
buracos neste trecho que percorremos”, observou Goiano, informando que o
bairro de Areia Preta é inteiramente saneado, enquanto Mãe Luiza,
localizado também nas proximidades da praia, ainda possui esgotos
clandestinos.
Síndica de um dos condomínios da
região e secretária da AMAP, a comerciante Vanessa Slaviero, atenta para
o fato de que o local é um ponto turístico, e que, portanto, além de
contar com restaurantes e hotéis ainda está incluído na rota dos
bugueiros que levam os turistas até as praias do litoral Norte potiguar.
“Não
tem como acessar as praias do litoral Norte e não passar aqui pela Via
Costeira, então qual é a imagem que fica para um turista que vem à
cidade e observa essas línguas negras na areia da praia sentindo esse
mau cheiro?”, protesta.
“Acho que é um interesse tanto para os
moradores quanto indiretamente para os próprios turistas”, reforça,
apontando para a placa mais à frente que indica “Praia imprópria para
banho”.
“A gente precisou pedir ajuda também à
Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público para ver se o problema
consegue ser solucionado, e por indicação da própria promotoriareunimos
técnicos do Idema hoje aqui”, diz.
Os técnicos do
MP e do Idema realizaram anotações e fotografaram todas as
irregularidades apontadas e dentro dos próximos dias devem se reunir
novamente com os representantes da AMAP para tratar cada reivindicação
individualmente.
O próximo passo da associação é concretizar uma nova audiência com a Prefeitura do Natal.
"Já
estamos tentando uma audiência com a Prefeitura há cerca de duas
semanas e não obtivemos uma resposta até agora, mas vamos insistir para
acionar as demais pastas necessárias, como Semurb e Semob através da
Prefeitura", finaliza Nelson Freire.
Já estamos tentando uma audiência com a Prefeitura há cerca de duas semanas e não obtivemos uma resposta até agora”.
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