A ponte sobre o Rio Doce, que está sendo construída na Avenida João Medeiros Filho que cedeu no início deste ano, deve ser concluída em julho. A primeira etapa da obra, que correspondente à fundação da nova estrutura, foi finalizada na última quinta-feira (28), mas ainda restam as finalizações das instalações das vigas de sustentação e laje de concreto que estão em execução.
Enquanto isso, o trânsito em
uma das principais vias de acesso à Zona Norte de Natal, e também às
praias do litoral potiguar, continua comprometido com congestionamentos
frequentes, principalmente nos horários de maior movimento como o início
da manhã e final da tarde.
O engenheiro residente da obra, Renan
Pinto, disse que esses transtornos são momentâneos e necessários para
que a construção ganhe o ritmo necessário. Ele pede a compreensão dos
motoristas que precisam trafegar pela avenida e afirma que as etapas
estão sendo concluídas dentro do tempo previsto antes do início das
alterações no local.
A parte de fundação, por
exemplo, foi finalizada em 20 dias, permitindo que o restante da obra
siga dentro do cronograma. “A gente começou a instalação no dia 8 de
abril e, inicialmente, fez apenas o bate-estaca e a cravação dos perfis
metálicos”, especificou Renan Pinto, acrescentando que esta era a etapa
mais complicada de todas, quando foi preciso utilizar uma espécie de
marreta, erguida por um cabo de aço ligado a um motor, para concluir a
fundação da estrutura.
Após essa etapa, o
engenheiro explica que serão iniciadas as alterações na parte superior
da ponte e, posteriormente, na parte inferior. “Nas próximas etapas,
iremos iniciar fazendo a superestrutura, que são as vigas e a laje, e em
seguida, por último, a infraestrutura, que é a contenção do aterro”,
elenca.
Atualmente, existem dois bueiros de lata
sob a Av. João Medeiros Filho, que dão vazão às águas do Rio Doce. Um
terceiro foi aterrado há alguns anos, por ter causado o afundamento de
parte da via, e não serve mais para o escoamento do curso de água.
De
acordo com estimativas, esse tipo de estrutura tem durabilidade de até
30 anos. No entanto, um dos canais já se rompeu no último mês de
janeiro, fazendo afundar parte da avenida por onde passa um fluxo
intenso de veículos com direção à Zona Norte, região administrativa mais
populosa da capital.
A estrutura apresenta falhas
e rachaduras largas que estremecem quando algum veículo, mesmo os de
médio porte, trafega por ela. No lugar da atual passagem elevada, ficará
um bueiro celular feito de concreto, muito mais resistente.
O
afundamento do trecho provocou um engarrafamento quilométrico no dia 9
de janeiro. Uma vez que a via precisou ser interditada pelo Comando de
Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) enquanto eram feitos os reparos.
Uma ordem de serviço, assinada pelo governador Robinson Faria em março,
assegurou os recursos para o início da construção de um pontilhão sobre
o Rio Doce, que está orçada em mais de R$ 718 mil.
De acordo com o engenheiro Renan Pinto, a
obra é importante para que situações como a registrada no início deste
ano não voltem a acontecer. “A obra tem uma importância maior em questão
de segurança, já que a estrutura atual está sofrendo recalques”,
afirma.
Moradores esperam melhorias após conclusão da obra
Para
quem mora às margens do Rio Doce, o medo de cheias em dias de chuva
forte já é uma constante. No entanto, de acordo com a comerciante Maria
da Paz, 31, nem sempre foi assim. Ela mora há quase vinte anos na mesma
casa, ao lado da Avenida João Medeiros Filho, onde também instalou um
bar, e lembra que os alagamentos se tornaram mais frequentes nos últimos
anos.
“Isso começou a acontecer de uns três ou
quatro anos pra cá. Antes a água subia, mas não chegava a entrar na
casa, mas agora, quando a chuva é forte mesmo, chega até aqui”, conta
Maria da Paz, apontando para o alpendre na entrada da residência.
A
moradora espera que situações dessa natureza não voltem a acontecer
após a conclusão da ponte, que deve ser mais eficiente em dar vazão à
correnteza do rio. “Acho que vai melhorar, sim! É o que a gente espera,
né?”.
Outro morador da região ribeirinha, Moisés
Cruz, 44, acredita que os motoristas terão mais segurança em passar no
trecho, quando o bueiro celular de concreto tiver sido instalado. Ele
afirma já ter presenciado diversos acidentes no local, inclusive de
pessoas que se desequilibraram e caíram dentro do Rio Doce.
“Um
rapaz de moto já caiu aí e tudo. Ele tentou desviar de um buraco na
pista, perdeu o controle e caiu dentro do rio. A gente que teve que
socorrer ele”, ressalta. Além desse caso, ele também relata que
caminhões, ônibus e outros veículos mais pesados, quando passam sobre o
local, estremece toda a estrutura que apresenta várias rachaduras.
Em
abril de 2012, o trecho também cedeu no sentido Zona Norte - Centro. Na
época, a parte da via que afundou já apresentava rachaduras, mas nada
havia sido feito para solucionar o problema. Após o acontecido, a pista
foi recuperada, mas a estrutura continuou sem melhorias.
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