Fael, grande vencedor do BBB 12 (Felipe Assumpção e Philippe Lima / AgNews/VEJA)
Há muita novidade vindo por aí no Big Brother Brasil.
A principal é a substituição de Pedro Bial por Tiago Leifert na
apresentação, o que deve imprimir um tom diferente ao programa. O
cenário foi reformulado e, com isso, também mudará a interação dos
participantes com o ambiente e uns com os outros. No entanto, por mais
significativas que sejam as transformações ao longo dos anos, existem
fatores que estão no DNA do BBB e já se tornaram lugares-comuns aos olhos do público. Confira quais são:
O rapaz ingênuo de verborragia bizarra
Cézar no ‘BBB15’ (Divulgação/TV Globo)
Durante a história do BBB, apenas dois marrentos consagraram-se vencedores – Alemão (BBB7) e Marcelo Dourado (BBB10)
-, feito que dificilmente repetiriam nos dias atuais, em que qualquer
indício de machismo numa atração de TV é rechaçado de cara pelas
feministas. Os fãs do reality show costumam demonstrar maior inclinação
aos tipos ingênuos e com um toque de rusticidade. Não é à toa que, entre
as 16 edições, três foram ganhas por caubóis (literalmente falando):
Rodrigo (BBB2), Fael (BBB12) e Cézar (BBB15). Esse último, aliás, chamou a atenção pela fala enrolada, algo que Kléber Bambam (BBB1), adepto do estilo caipira, também possuía. O casting do BBB17
conta com tipos metidos a nerd e a intelectuais, mas não será surpresa
alguma que algum deles se faça de bobo em algum momento conveniente.
A desprezada que dá a volta por cima
Munik, do ‘BBB16’ (VEJA.com/VEJA)
BBB sempre foi sinônimo de atributos físicos abundantes. No
entanto, a aparência nem sempre significa um item importante para
conquistar o prêmio de 1,5 milhão de reais, principalmente para as
sisters. O público admira a beleza, sim, mas tende a simpatizar com as
moças que percorrem uma trajetória difícil dentro da casa,
principalmente se a injustiça, a traição e o desprezo masculinos se
tornarem as pedras do caminho. No BBB11, os telespectadores tomaram as dores de Maria, tratada com desdém por Mau Mau. Fernanda Keulla, campeã do BBB13,
foi rejeitada por André antes de o moço ceder às investidas. Outro
exemplo: Munik, vencedora da última edição, sofreu com a eliminação da
amiga Ana Paula, com os foras de Renan e com a pegadinha do falso
libanês, Laham, com quem trocou beijos sem saber que se tratava de um
ator. Antes mesmo de o BBB17 começar a movimentação das redes
sociais já apontam a youtuber Roberta Freitas como forte candidata ao
papel. A moça já se declarou ciumenta e fez um vídeo chorando por causa
do valor pago por “uma coxinha minúscula”.
Confusão, troca de ofensas e gritaria
Ana Paula e Renan no ‘BBB16’ (Divulgação/TV Globo)
Um dos vários apelidos do BBB é, justamente, Big Barraco Brasil.
Não houve uma edição sequer até o momento sem discussões e brigas das
mais variadas intensidades. A última grande confusão, protagonizada por
Ana Paula no BBB16, culminou na expulsão da sister após ela ter
dado dois tapas na cara do modelo Renan. Além do próprio estresse
inerente ao perfil do programa, que obriga pessoas que nunca se viram
antes a conviver 24 horas por dia, a direção vem caprichando cada vez
mais no sadismo para mexer com os ânimos da turma. Levando-se em contas
os últimos BBBs, podemos antever privação de sono, dieta
forçada e rigorosa, competições de resistência massacrantes, castigos
impiedosos e disputas que devem colocar à prova amizades sinceras,
romances e lobos travestidos de cordeiros.
Romance e movimentação de edredom
Rafael e Talita no ‘BBB15’ (Divulgação/TV Globo)
Formar casal nem sempre ajuda a abocanhar o grande prêmio em
dinheiro, mas pode garantir um tempo extra de permanência na casa e até
um lugarzinho ao sol entre os finalistas. Fã de Big Brother
gosta de ver beijo na boca e movimentação de edredom – se os
participantes fizerem parte de um triângulo amoroso, melhor ainda. Mais
do que arrumar um par de chinelo velho para um pé cansado, é notório que
vários participantes têm na mira acumular um bom pé de meia:
casaizinhos podem negociar cachês melhores para trabalhos fotográficos e
presença em eventos. Alguns (poucos) pares superaram problemas como
traições e a fama fugaz e seguem juntos até hoje, com direito a filhos: é
o caso de Mariana Felício e Daniel Saullo (BBB6), Adriana Sant’Anna e Rodrigão (BBB11) e Fernando e Aline (BBB14). Mesmo os jogadores menos predispostos à azaração podem ser alvo da ação dos feromônios e do teor etílico das festas.
Escândalos na internet
Laércio, do ‘BBB16’, (Laércio, do BBB16, tem 53 anos e é designer de tatuagem/VEJA)
A adesão crescente às redes sociais desde que o Big Brother
estreou, em 2002, transformou os internautas – principalmente os
usuários do Facebook e do Twitter – em conarradores do programa. O que
os jogadores dizem na casa repercute fora dela, obviamente, mas o que
fizeram aqui fora também tem o poder de definir torcidas, antipatias e
definir os rumos do programa. No BBB16, Ana Paula se incomodou
com um comentário de Laércio sobre gostar de meninas mais novas e o
acusou de pedofilia, atitude que foi vista como injusta pelos demais.
Vários internautas, entretanto, trouxeram à tona prints de conversas do
curitibano com uma menina de 13 anos e fotos de adolescentes seminuas.
Atualmente ele está preso, aguardando julgamento. No BBB15, o
ex-militar Luan gerou controvérsia ao contar aos colegas que havia
matado um jovem com um tiro na cabeça durante uma ocupação no Complexo
do Alemão, no Rio de Janeiro. Ao ser eliminado, afirmou que tinha
inventado a história para se sobressair. Em 2012, o modelo Daniel acabou
sendo desclassificado após o público acusá-lo de estuprar Monique
enquanto ela dormia, após muita bebedeira. O inquérito foi arquivado
porque a moça negou o ocorrido. Neste ano, mal a lista de participantes
foi divulgada e os internautas se dedicaram à “caça ao tesouro”: até o
momento, encontraram posts de teor preconceituoso de Vivian e de Luiz e
um tuíte de Roberta criticando um comentário de Tiago Leifert em 2016,
justamente em defesa de Laércio.
( Heloísa Noronha/Veja.com)
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