terça-feira, 31 de julho de 2018

Baixo efetivo no interior do Estado deixa policiais na mira de bandidos. Categoria ainda esbarra na falta de estrutura nas unidades e alimentação inadequada

POUCO EFETIVO
 
Foto: Sérgio Costa
 
As investidas de quadrilhas especializadas em explodir agências bancárias em cidades do interior tomaram proporções preocupantes no Rio Grande do Norte. Somente nos sete primeiros meses de 2018, foram registrados 50 casos no Estado, sendo 33 explosões ou arrombamentos e 17 agências dos Correios violadas e saqueadas. 

Na grande maioria das ações, a polícia não tem como confrontar os criminosos, ficando muitas vezes na mira deles devido ao baixo efetivo nos municípios invadidos.

Na madrugada do sábado (28), um cabo da PM foi baleado na cabeça após a viatura na qual estava, com um único companheiro de serviço, foi interceptada por assaltantes em uma estrada no município de Serrinha, distante 74 quilômetros de Natal. O policial ainda chegou a trocar tiros com os suspeitos, mas acabou atingido. 

Os criminosos fugiram para Macaíba, onde ocorreu um novo confronto e o PM socorrido para um pronto socorro em Natal. A suspeita é que o bando tinha planos de invadir o município.

Segundo o presidente da ACSPM/RN (Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do RN), Roberto Campos, o que aconteceu em Serrinha é o retrato da realidade de todo o interior do Estado. "O policial militar que trabalha no interior está na mira de bandidos, não existe condições nenhuma desses servidores combaterem de maneira proporcional essas invasões, vão sempre ficar em desvantagem e correr o iminente risco de morrer", disse.

Campos ainda denuncia as péssimas condições dos alojamentos nas unidades que há anos não passam por reformas e a garantia da alimentação, que deveria ser obrigação do Estado, mas que muitas vezes depende da boa vontade de donos de restaurantes e comércios locais.

(Sérgio Costa/Portal Bo)

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