SUSPEITA
José Aldenir / Agora RN / Canindé Soares
Representantes do Diretório Central dos Estudantes da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (DCE-UFRN), e da União Estadual dos
Estudantes (UEE), estão associando o aumento das passagens em Natal a
uma suposta propina recebida por Carlos Eduardo Alves (PDT), na época em
que era prefeito, para ajudar a financiar sua campanha ao Governo do
RN.
Alves é investigado pelo Ministério Público por supostamente
ter aceitado suborno do presidente do Sindicato das Empresas de
Transportes Urbanos (Seturn), Agnelo Cândido, para aumentar a tarifa do
transporte público natalense em troca de recursos financeiros para sua
candidatura em 2018.
As entidades afirmaram que o inquérito aberto pelo Ministério Público contra o candidato pedetista “não é nenhuma surpresa”.
“Carlos
Eduardo deixou para que seu vice, Álvaro Dias, realizasse o aumento
para não prejudicar sua imagem. Então, não nos surpreende o suposto
pagamento [de propina] e a interferência nas eleições ao Governo do RN”,
declarou Paulo Jales, presidente do DCE.
De acordo com o
estudante, que junto ao diretório integra o Conselho Municipal de
Transporte e Mobilidade Urbana, há suspeitas sobre a legitimidade da
reunião que aprovou o aumento da tarifa. “O aumento mais uma vez foi
efetuado sem demonstrar os lucros das empresas, só o custo do serviço”,
ele conta.
Yara Costa, presidente da UEE-RN, concorda que as
decisões tomadas na reunião que aprovaram o aumento da tarifa sejam
suspeitas e que podem estar relacionadas à candidatura do ex-prefeito de
Natal.
“Também não ficamos surpresos com as acusações. Como
Carlos Eduardo queria se candidatar ao Governo do Estado, não aprovou o
aumento da tarifa inicialmente, deixou para o vice. Mas o Seturn, que
tem uma posição muito incisiva dentro do Conselho, antes mesmo da
aprovação, já estava com o relatório e com os motivos para o aumento do
valor da passagem prontos”, diz Yara.
Os estudantes também
comentaram a dívida de R$ 74 milhões que a Prefeitura de Natal teria
deixado de cobrar das empresas que operam o sistema de transporte
público municipal. “Uma das alegações das empresas para o alto custo do
serviço são os impostos elevados e falta de subsídio. No entanto a
Prefeitura sempre perdoa essas dividas milionárias. Lesando a população
duas vezes: com uma tarifa abusiva e deixando de se arrecadar recursos
aos cofres públicos”, conclui Paulo.
(AgoraRN)
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