Temer admite suspender intervenção no Rio para votar Previdência - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Rio - Em entrevista exclusiva à Empresa Brasil
de Comunicação (EBC), o presidente Michel Temer admitiu suspender,
provisoriamente ou definitivamente, a intervenção federal na segurança
pública do Rio de Janeiro para votar a reforma da Previdência ainda este
ano. Conforme a lei, a intervenção impede a votação de emendas
constitucionais, como é o caso da tramitação da PEC 287/2016, que altera
as regras de aposentadoria e pensão.
"Como depende de votação em 1º e 2º turnos, de repente
pode suspender a intervenção", disse o presidente. Ele assinalou que “o
combate ao crime (no Rio) deu resultado” e admitiu até o fim da
intervenção no estado.
"Vamos dizer que (caso) se encerre a intervenção, é
preciso manter a estrutura que lá foi montada”, afirmou. A intervenção
está prevista para terminar em 31 de dezembro de 2018. De acordo com
Temer, a decisão vai depender de conversações entre o 1º e 2º turnos das
eleições (7 e 28 de outubro) e também da vontade de seu sucessor.
Além de discursar nas Nações Unidas hoje (25), Michel
Temer se reuniu ontem (24) em Nova York com cerca de 100 empresários
norte-americanos, e disse que “a mensagem que passou ao mercado” é a de
que haverá reforma da Previdência Social, independentemente de quem
venha a ser escolhido como novo presidente da República. A intenção de
Temer é levar para os plenários da Câmara dos Deputados e do Senado o
projeto aprovado em comissão especial da Câmara desde o primeiro
semestre do ano passado.
O presidente garantiu aos empresários norte-americanos
que “passadas as eleições, quem chegar vai ter que continuar as reformas
que fizemos”. Michel Temer lembrou na entrevista que durante o seu
mandato reduziu a inflação, baixou a taxa de juros (Selic) e aprovou
reformas como a mudança na legislação trabalhista e a emenda
constitucional que estabelece o teto de gastos.
“Eu duvido que quem seja eleito tente derrubar e,
portanto, consiga apoio no Congresso para derrubar o teto de gastos
públicos”, sublinhou. “Eu quero ver quem vai chegar e vai dizer: ‘Eu
quero mudar tudo isso. Eu quero inflação de 10%.Eu quero juros de
14,25%’”.
Transição
Segundo o presidente, o governo está preparado para
fazer uma “transição tranquila”. Uma comissão para fazer a transição já
foi “desenhada” no Palácio do Planalto e estão prontos “cadernos do
governo” sobre as realizações em cada estado da Federação. Os
ministérios também preparam relatórios individuais, informou Temer.
(Por
Agência Brasil)
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