PONTA NEGRA
Expectativa da prefeitura é que montagem dos blocos pré-moldados seja concluída em oito dias
A paisagem da praia de Ponta Negra, na zona Sul de Natal, começar a
ganhar novos contornos com a instalação de blocos pré-moldados de
concreto na porção final do calçadão. Cerca de 150 metros do passeio
público, que fica para o lado da Via Costeira e desabou em outubro de
2017 a partir da combinação de fortes chuvas com a erosão marinha,
receberão uma estrutura modular desenvolvida na Europa para contenção de
áreas que sofrem com o avanço do mar. A tecnologia criada na Holanda,
país que possui parte de seu território abaixo do nível do mar, foi a
opção escolhida pela Prefeitura de Natal para garantir a estabilidade do
aterro que servirá de base para reconstrução do calçadão.
A expectativa é que a montagem da estrutura seja concluída em oito dias.
Ao todo serão instalados três tipos de módulos: serão encaixados 230
blocos retangulares semelhantes a peças do brinquedo “Lego”, com 2,5
toneladas de peso cada; blocos sextavados, com 560 kg cada, instalados
em aclive para reduzir a força das ondas; e os blocos para amarração e
acabamento pesando 400 kg a peça.
Após a conclusão da estrutura
modular, cuja instalação está orçada em R$ 700 mil, a Secretaria
Municipal de Obras Públicas e Infraestrutrura (Semov) irá seguir com o
projeto de enrocamento da orla para evitar novos desmoronamentos devido o
avanço do mar. “Os blocos vão sustentar o aterro, mas a proteção
costeira será feita pelo enrocamento com pedras”, informou Tomaz Neto,
titular da Semov. O projeto completo para recuperação da orla de Ponta
Negra prevê a instalação de 2 km de enrocamento, antes do início da
chamada engorda (aterro) da praia que visa garantir – na maré alta – uma
faixa de areia com 30 metros de largura.
Sobre a estrutura modular, o engenheiro civil Francisco Nelinho da
Silva, da empresa Módulo Block (Grupo Duarte), responsável pela
instalação dos blocos, explicou que as peças são” apenas encaixadas, não
utiliza argamassa para fixar as peças de concreto maciço. Se não houver
nenhum imprevisto, queremos concluir o serviço até início da próxima
semana”, assegurou.
Tecnologia foi desenvolvida na Holanda para contenção em áreas que sofrem com a erosão marinha
Nelinho explicou que os blocos são reciclados, fabricados em São José de
Mipibu com material reaproveitado de restos de obras. “Além de
ecológica, a estrutura é durável por não conter ferragens internas – o
que evita a corrosão”, garantiu o engenheiro.
Os blocos foram
transportados, um por um, ao longo de 15 dias, por tratores durante o
período de maré baixa a partir de um ponto de acesso na Via Costeira.
A
patente brasileira da tecnologia desenvolvida na Holanda é
representada, há dois anos, pela empresa potiguar. As estruturas
modulares já foram utilizadas para conter a queda do calçadão na orla da
praia de Areia Preta, e para evitar a erosão marinha no Hotel Vila do
Mar, Via Costeira. Nelinho informou que outros projetos para conter o
avanço do mar utilizando os blocos estão em andamento em Macau, na praia
de Cotovelo (Parnamirim), em Maracaípe (PE), e em Cabo Branco no
litoral da Paraíba.
(TN)
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