
Ato contra Bolsonaro no Largo da Batata, em São Paulo (Alice Vergueiro/Folhapress)
No mesmo dia em que recebeu alta do hospital, Jair Bolsonaro (PSL) foi alvo de manifestações contra sua campanha à Presidência da República que reuniram milhares de pessoas em dezenas de cidades brasileiras e no exterior. Os dois maiores protestos contra o candidato levaram uma multidão à Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, e ao Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
O ato na capital paulista reuniu manifestantes de vários partidos, do PSDB ao PSTU, e três candidatas a vice-presidente – Manuela D’Ávila (PCdoB), Kátia Abreu (PDT) e Sônia Guajajara (PSOL) -, além da presidenciável Marina Silva (Rede). Nenhuma delas subiu ao carro de som, que era ocupado só por mulheres.
“Tem o PT, tem a Rede, o pessoal do Ciro (Gomes), do (Guilherme) Boulos, é importante que estejam todos aqui. O cara nos uniu. Obrigada, Bolsonaro!”, brincou Angela Martins, professora universitária de 65 anos que estava no local.

Vista
aérea da manifestação contra o presidenciável Jair Bolsonaro no Largo
da Batata em São Paulo – 29/09/2018 (Miguel Schincariol/AFP)
Em pelo menos 15 cidades do interior de São Paulo, também houve manifestações. As maiores concentrações foram em Campinas – cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM – e São José dos Campos – também 2.000 pessoas, mas segundo os organizadores. Também houve protestos em outros municípios importantes como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Piracicaba, Bauru, São Carlos e Marília.

Manifestantes participam de ato contra Bolsonaro na praça da Cinelândia, Rio de Janeiro – 29/09/2018 (Mauro Pimentel/AFP)
Em Brasília, o ato reuniu cerca de 5 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar. As manifestantes ocuparam três das cinco faixas da pista norte do Eixo Monumental.
Em Salvador, a cantora Daniela Mercury protestou cantando em um trio elétrico que circulou pela cidade com uma faixa onde se lia “Mulheres contra Bolsonaro”. Em Juiz de Fora (Minas Gerais), onde Bolsonaro sofreu o atentado a faca em 6 de setembro, manifestantes contrários a ele saíram em passeata pelas ruas do centro.

Manifestação na Boca Maldita, em Curitiba – 29/09/2018 (Cassiano Rosário/Futura Press/Folhapress)

Manifestantes protestam contra Bolsonaro em Santiago, Chile – 29/09/2018 (Martin Bernetti/AFP)
Exterior
Ao redor do mundo, ocorreram manifestações contra Bolsonaro em cidades dos Estados Unidos, Canadá, Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal, Alemanha, Itália, França e Suíça.
Manifestantes protestam contra Jair Bolsonaro na Union Square, em Nova York (Miguel Barbieri/VEJASP)
Na Alemanha, a principal concentração foi em Berlim, na qual predominaram cartazes em português, inglês e alemão, com críticas ao candidato.
Em Portugal, houve atos em Lisboa, Coimbra e Porto. Muitas mulheres faziam alusão aos desencanto em relação ao futuro e às perspectivas em torno de políticas de gênero. Manifestações semelhantes ocorreram em Viena, Milão e Barcelona.

Protesto das mulheres contra Bolsonaro no centro do Recife, Pernambuco – 29/09/2018 (Veetmano Prem/Fotoarena/Folhapress)
‘Barril de pólvora’
A ofensiva feminina foi lançada no início de setembro pelo grupo do Facebook “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, uma convocatória “contra o avanço e o fortalecimento do machismo, misoginia, racismo, homofobia e outros tipos de preconceitos”. O grupo reúne mais de 3,8 milhões de pessoas.Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada neste sábado, a criadora do grupo,
a funcionária pública Ludimilla Teixeira, de Salvador, afirmou que “só acendeu um fósforo no barril de pólvora” com a criação do grupo. Ela diz ter ficado emocionada ao ver a cantora Madonna posar nas redes sociais com a mensagem do grupo. “Eu chorei quando vi.”

Protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no largo da Batata, em São Paulo - 29/09/2018 (Alice Vergueiro/Folhapress)

Protesto contra o candidato a Presidencia Jair Bolsonaro (PSL) é realizado no centro de Campinas, interior de São Paulo - 29/09/2018 (Luciano Claudino/Código19/Folhapress)

Protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no largo da Batata, em São Paulo - 29/09/2018 (Alexandre Schneider/Reuters)

Vista aérea da manifestação contra o presidenciável Jair Bolsonaro no Largo da Batata em São Paulo - 29/09/2018 (Miguel Schincariol/AFP)
As mulheres representam 52% do eleitorado e podem definir a eleição. Essa é a esperança da estudante Jessica Zaine, de 20 anos, que marchou por São Paulo com um cartaz que dizia: “Quem poderia imaginar que o direito a votar da mulher conquistado em 1932 fosse salvar o Brasil em 2018?”
(Com Estadão Conteúdo, Agência Brasil, France Presse e Reuters)
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