ORIENTE MÉDIO
Otávio Rêgo Barros durante pronunciamento sobre o fechamento da fronteira da Venezuela - 22/02/2019 (NBr/Reprodução)
O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou neste domingo, 31, em Jerusalém, que o governo brasileiro está à disposição para negociar uma possível viagem aos territórios palestinos.
Em declaração à imprensa no hotel onde o presidente Jair Bolsonaro
está hospedado em Israel, o porta-voz evitou comentar o fato mais a
fundo ou confirmar se viagens à Palestina ou a outras nações árabes são
uma possibilidade para o governo.
Questionado, contudo, sobre as queixas das autoridades palestinas
sobre a falta de resposta do Brasil aos muitos convites para uma visita
oficial, Rêgo Barros afirmou que a questão será discutida.
“O nosso Ministério das Relações Exteriores vai buscar esse contato
para aclarar algumas dúvidas e colocar-se a disposição para estabelecer
um link para futuras viagens a esses países e a outros países”, disse.
O general esquivou-se também ao ser questionado sobre o
reconhecimento pelo Brasil da Palestina como nação e disse apenas que o
país tem “relações diplomáticas com vários países”.
O general esquivou-se também ao ser questionado sobre o reconhecimento
pelo Brasil da Palestina como nação e disse apenas que o país tem
“relações diplomáticas com vários países”.
Mais cedo neste domingo, o ministro-chefe do Gabinete Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou que o governo nem sequer pensou em incluir uma visita oficial aos territórios palestinos durante a atual viagem de Bolsonaro a Israel.
Augusto Heleno esquivou-se de dar sentido a essas escolhas que, para
analistas brasileiros, indicaram a preferência a Israel, em detrimento
das relacões com os países muçulmanos do Oriente Médio.
Nesta segunda, 1, Bolsonaro tem uma visita marcada ao Muro das
Lamentações, o segundo local mais sagrado para o judaísmo. O presidente
será acompanhado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Esta é a primeira vez que o premiê israelense acompanha um chefe de
Estado em visita oficial ao local. A decisão do governo também marca uma
mudança na política externa brasileira em favor de Israel.
O Muro das Lamentações fica no setor leste de Jerusalém, parte do
território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em
1967. Para muitos, visitar o local ao lado do líder israelense significa
reconhecer a soberania do país sobre a região.
O compromisso na agenda de Bolsonaro também foi interpretado como uma
tentativa de favorecer a reeleição de Benjamin Netanyahu. O premiê
concorrerá a mais um mandato no cargo no próximo dia 9, quando serão
realizadas as eleições parlamentares no país.
O porta-voz da Presidência negou o tom político da visita do
presidente ao Muro das Lamentações. “O presidente não está analisando
essa visita sob qualquer aspecto que não apenas o emocional e o
religioso”, disse.
( Por
Julia Braun, de Jerusalém/Veja.com.br)
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