Maristela Temer e Michel Temer (Mastrangelo Reino/Folhapress - Ueslei Marcelino/Reuters)
Michel Temer acusa
procuradores de tentarem “quebrá-lo psicologicamente” ao envolverem sua
filha, Maristela Temer, em denúncias de corrupção. A declaração foi
dada em entrevista para a TV Bandeirantes, no mesmo dia em que o
ex-presidente se tornou réu em mais um processo da Lava Jato, sob suspeita de utilizar reformas na casa de Maristela para lavar dinheiro.
‘Aos senhores procuradores, tenham um
pouco de vergonha emocional. Não envolvam minha filha nisso. Eles querem
fazer isso para me quebrar psicologicamente, mas não quebrarão. Vai ser
ao contrário: vão sair da posição de acusadores irresponsáveis para
receber minhas acusações”, declarou.
Com a filha também investigada, Temer
alegou inconsistência na denúncia de uso de dinheiro de corrupção em
reformas: “esses valores teriam ingressado em 2014, mas minha filha fez a
primeira parte da reforma em 2011 e completou em 2013. Como eu poderia
saber que iria receber verbas no final do outro ano? Espero que o juiz
não receba a denúncia contra minha filha, já que fui eu que mandei ela
procurar a Argeplan (empresa de arquitetura). Ela não tem nada com a
empresa; se há alguma coisa, é comigo”.
Se dizendo “perseguido”, o ex-presidente repetiu diversas vezes que
provará sua inocência em todas as denúncias e que aqueles que o acusam
podem terminar presos. Para reforçar a ideia, citou o caso de Joesley Batista,
que secretamente gravou uma conversa com Temer durante o mandato: “no
caso da JBS fizeram isso. Aqueles que foram me gravar, depois foram
presos”.
Assim como afirmou em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, Temer diz que querem “sua cabeça” e que sua prisão foi “para fazer espetáculo”.
“Sem processo formado, decretou-se a
minha detenção para o quê? Para fazer espetáculo. Sou do mundo jurídico.
Se alguém, delegado, agente da PF viesse a minha casa, escritório e
dissesse: ‘doutor Temer, temos aqui um mandado de detenção, peço que nos
acompanhe’. O que eu ia fazer? Pegar uma metralhadora e ia eliminá-los?
Não, iria cumprir o que a ordem jurídica estabelece”, disse.
Temer declarou, ainda, que voltou para
casa “com muita vergonha no peito e dor no coração” após a prisão e
relembrou o momento em que agentes da Polícia Federal revistaram sua
residência.
“Devo dizer que a Polícia Federal entrou
em casa com delicadeza, reviraram tudo e saíram com uma sacolinha.
Achavam que iam sair com obras de arte e joias, mas saíram só com alguns
eletrônicos. Mas foram carinhosos para que meu filho de 10 anos não
visse tudo isso”, narrou.
Também na entrevista, Temer classificou as denúncias que o envolvem como “ficção vergonhosa”.
“A impressão que eles querem passar é que eu, há 45 anos, fiz como naquele seriado ‘La Casa de Papel‘.
Querem sugerir que eu reuni uma quadrilha e, como no seriado eles
roubam o Banco Central da Espanha, passei instruções para roubar o
Brasil. Quando na verdade se sabe que eu reconstruí o Brasil nos últimos
dois anos e oito meses. Isso é uma ficção vergonhosa”.
(Veja.com.br)
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