CAMPO GRANDE
Depois de o juiz Marcelo
Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, determinar a transferência de
Sérgio Cabral para um presídio federal, o Departamento Penitenciário
Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança
Pública, informou, por meio de nota, ontem (26), que ele irá para o Mato
Grosso do Sul.
A transferência do ex-governador do Rio de Janeiro para a Penitenciária
Federal de Campo Grande deve ocorrer nos próximos dias, mas a data não
foi divulgada, por questão de segurança.
O advogado de Sérgio Cabral, Rodrigo Roca, já entrou com um habeas
corpus, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo de impedir
a mudança. A decisão caberá à relatora da Operação Calicute na Corte,
Maria Thereza de Assis Moura.
De acordo com informações de O Globo, a escolha pela casa de detenção
se deu porque a gestão de Cabral foi a que mais mandou criminosos para
presídios federais. Transferi-lo a alguma penitenciária com grande
número de condenados envolvidos com facções criminosas do Rio poderia
representar riscos ao ex-governador.
Ainda conforme o jornal, os
presos enviados do Rio de Janeiro correspondem a 30% dos internos nas
quatro prisões federais de segurança máxima existentes no país.
O
presídio de Campo Grande, por sua vez, abriga principalmente detentos
ligados ao PCC, que é de São Paulo, além de grupos criminosos do Norte e
Nordeste. Com isso, a integridade física de Cabral estaria mais
"garantida".
No entanto, segundo a Folha de S. Paulo, com base em
informações da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio,
no presídio de Campo Grande está preso Ricardo Chaves de Castro Lima, o
"Fú da Mineira", um dos líderes do Comando Vermelho no estado.
Acusado
de ter ordenado, da cadeia, ataques a delegacias e ônibus em 2009,
durante a gestão de Cabral, está detido no Mato Grosso do Sul desde
2005. Além dele, outros nove criminosos fluminenses estão detidos na
mesma penitenciária.
Atualmente, Cabral encontra-se na cadeia
pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio de
Janeiro. Se confirmada a transferência, o ex-governador deve ter uma
rotina mais dura, já que em Campo Grande os detentos são monitorados por
câmeras de segurança 24 horas por dias, as visitas só ocorrem uma vez
por semana, no pátio da unidade, com tempo limitado a três horas, e os
advogados são impedidos de ter contato físico com os clientes.
Além disso, conforme informações
do portal G1, as celas costumam ter área de sete metros quadrados, com
mobiliário feito de concreto.
(por Notícias Ao Minuto)
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