MAL EXPLICADO
antes de votar, os vereadores querem esclarecer alguns pontos
A
votação do projeto de lei que autoriza a Prefeitura de Natal a fazer um
empréstimo de até R$ 70 milhões via Caixa Econômica Federal (CEF) ou
Banco do Brasil (BB), para investimentos em saneamento e infraestrutura,
foi adiada, pela segunda vez. Antes de votar, os vereadores querem
esclarecer alguns pontos, não suficientemente claros na mensagem
encaminhada pelo Executivo.
Para tanto, a líder da base
governista, vereadora Nina Souza (PEN), pediu a retirada de pauta da
matéria para que pudesse ser mais discutida entre os parlamentares e a
equipe econômica do governo. Assim, a sessão ordinária desta terça-feira
(24) foi suspensa pelo presidente em exercício da CMN, vereador Sueldo
Medeiros (PHS), para os secretários municipais explicarem e justificarem
a proposta, que precisa do aval do Legislativo.
Tomaz Pereira
Neto, que respondeu pela Secretaria Municipal de Obras Públicas (Semov),
apontou a crise como a grande responsável pelo desequilibrou das contas
públicas, que acabou por deteriorar a capacidade de investimentos do
Município. “A malha viária da cidade está comprometida. Os problemas vêm
aumentando a cada dia, principalmente nas avenidas onde a vida útil do
asfalto, que é de cinco anos, já esgotou”, afirmou.
Segundo ele,
com o período chuvoso, Natal sempre volta a conviver com os problemas
ocasionados pelos buracos, que se multiplicam no leito das ruas e com os
afundamentos nas pistas. “Para se ter uma ideia da atual situação, nos
últimos 45 dias fechamos mais de 3.600 buracos na capital potiguar. Isso
retrata a qualidade do pavimento que nós temos: remendado, trincado e
rachado. Diante desse cenário, precisamos com urgência de recursos para a
recuperação da nossa malha viária”.
Homero Grec, chefe do
Gabinete Civil do prefeito Carlos Eduardo Alves, explicou como será
efetuado o pagamento da operação financeira. “Apresentamos duas cartas
consultas, algo em torno de 200 intervenções, com prazos distintos. Uma
vez liberados os recursos, de forma gradativa, começa a fase de
carência, quando são pagos os juros sobre os valores utilizados. Vencido
o prazo de carência, que vai depender da instituição contratada, aí sim
a Prefeitura irá, efetivamente, fazer o retorno do dinheiro”, detalhou.
“Caso
esses R$ 70 milhões sejam aprovados, vai atenuar um pouco as enumeras
demandas que a cidade precisa responder em diversas áreas”, avaliou
Homero. “Sobre as operações, se for a da Caixa Econômica Federal, será
um processo de dez anos, sendo dois de carência e oito de amortização.
Já se a operação contratada for a do Banco do Brasil, serão oito anos,
com seis meses de carência e sete anos e meio de amortização. As
condições dependem da instituição contratada”, completou.
Na
sequência, a vereadora Nina Souza falou que os recursos serão
importantes para a realização de obras estruturantes na cidade. “Como
líder do governo na Casa, achei importante promover este debate,
especialmente diante da necessidade de mais informações”. Por sua vez, a
vereadora Eleika Bezerra (PSL) lamentou que a educação não figure como
primeira prioridade da proposição. “Temos que fiscalizar como será a
utilização global desse dinheiro”.
O vereador Sandro Pimentel
(Psol) criticou o fato da Prefeitura colocar o repasse do governo
federal ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como garantia do
pagamento do empréstimo. Em seu discurso, ele manifestou preocupação com
o fato de no mês de agosto o Município pagou mais de R$ 1,7 milhão de
dívidas, que foram descontadas do FPM.
“É com o apoio do Fundo de
Participação dos Municípios que as prefeituras, atualmente, encontram
sustento. Pagamento de servidores, obras públicas, entre outros
investimentos saem daí. Ou seja, se ficar retendo FPM, como é que a
Prefeitura de Natal vai pagar as suas dívidas? Hoje, da receita líquida,
a cidade já compromete mais de 30% com empréstimos. O que se vê são
funcionários com salários defasados e terceirizados com vencimentos
atrasados”, concluiu o parlamentar oposicionista.
(AgoraRN)
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