BRASIL, POLÍTICA
O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, durante a sessão da
segunda denúncia contra Temer - 25/10/2017 (Evaristo Sá/AFP)
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), apresentou na noite de desta última quarta-feira (25), logo
após o fim da votação que barrou o andamento da denúncia contra o
presidente Michel Temer (PMDB), uma agenda própria que pretende pautar na Casa. Entre os pontos citados estão uma reforma da Previdência “mais enxuta”, projetos na área da segurança pública, saúde e regulamentação do setor de óleo e gás.
Maia defendeu uma reforma da Previdência com alteração
apenas na idade mínima para aposentadoria e mudanças nas regras para
servidores públicos. Ele disse já ter conversado nesta semana com o
relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da
Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), para debater o enxugamento. “Se misturou muitos temas e, quando se mistura, acaba somando adversários.”
Questionado se o governo ainda teria força para aprovar a
proposta, ele admitiu que vai ser “difícil” com a atual base aliada.
Temer obteve 251 votos a seu favor para barrar a denúncia, menor do que a
maioria simples da Casa, de 257 deputados.
“Cada um tem de conduzir a sua relação da forma que entende.
Não vou ficar ensinando ao presidente da República, que foi presidente
da Câmara três vezes, como ele tem de manter a relação dele com o
Parlamento”, disse Maia.
“Temos uma base hoje muito sofrida. Tem de se reorganizar a
base. Não adianta ficar falando mal daqueles deputados de partidos da
base que votaram contra. Não adianta ficar dizendo quem não votou com o
governo não pode estar mais próximo do governo, porque isso vai nos
inviabilizar em votações importantes das reforma”, afirmou o presidente
da Câmara.
Maia, porém, afirmou que é preciso convencer a sociedade de
que essa é uma pauta que vai “salvar o Brasil”. Diante da resistência de
parlamentares, Maia e aliados já discutem aprovar apenas as mudanças
que podem ser votadas por projeto de lei, que exige um número menor de
votos para a aprovação.
Ainda sobre a pauta econômica, o presidente da Câmara
afirmou que pode votar alguns pontos da reforma tributária e a
simplificação do sistema.
O parlamentar fluminense também defendeu uma pauta com maior
apelo na sociedade, com foco nas políticas sociais, segurança pública e
saúde. “Temos 3 milhões de novos brasileiros novamente na linha da
pobreza”, afirmou.
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