REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Presidente Michel Temer durante o lançamento do plano Progredir, em Brasília - 26/09/2017 (Evaristo Sá/AFP)
O governo acumula confiança para a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, prevista para ocorrer nesta quarta-feira, 25. Tanto é que já se fala novamente na Reforma da Previdência, assunto prioritário para o governo até virem à tona as acusações contra Temer após os depoimentos do empresário Joesley Batista
e a divulgação de uma conversa gravada entre os dois. Segundo garantiu o
ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, na saída de um jantar em
homenagem a Temer, na noite desta terça, as negociações em torno da
reforma já recomeçam esta semana.
“Começa essa semana [as conversas sobre a Reforma da
Previdência]. Nós queremos ter essa condição [de votar ainda esse ano].
Claro que a vontade do governo depende, a partir de agora, da disposição
da Mesa da Câmara. O presidente Rodrigo Maia vai conduzir esse processo
e temos certeza que ele tem a mesma vontade do presidente Michel Temer
de fazermos a reforma de que o Brasil precisa”, disse Padilha.
O jantar foi promovido pelo deputado Fábio Ramalho
(PMDB-MG), vice-líder da Câmara. Assim como na véspera da votação da
primeira denúncia, Ramalho ofereceu um jantar para Temer e os aliados do
governo em seu apartamento. O presidente chegou com Padilha às 22h45. O
ministro, no entanto, ficou apenas 20 minutos no local e foi embora.
Temer ficou mais tempo, onde foi recebido com aplausos pelos deputados
presentes.
Ainda sobre a Reforma da Previdência, Padilha reiterou o
discurso de que a reforma é importante para o país e não para o governo
Temer. Segundo ele, a reforma precisa ser feita, mesmo que não seja a
ideal. “Nós já teremos um ano de 2018 com relativa tranquilidade para
podermos navegar até 31 de dezembro de 2018. Mas o Brasil não pode
entrar em 2019 sem ter uma Reforma da Previdência. Tem que se fazer a
reforma ideal. A ideal, não sendo possível, tem que se fazer a
possível”.
PÁGINA VIRADA
Temer discursou por 13 minutos no jantar. Aos aliados,
demonstrou confiança. Disse que amanhã “uma página do Brasil será
virada”. “Estamos confiantes de que amanhã [quarta-feira] uma página do
Brasil será virada. O meu presente está alicerçado no meu passado. Estou
resistindo porque quero que no futuro falem: Temer ajudou a mudar o
Brasil”.
Os aliados de Temer reafirmaram as projeções feitas ontem,
após uma reunião no Palácio da Alvorada. Para eles, os votos favoráveis
ao presidente serão entre 260 e 270 votos, placar similar ao da primeira
denúncia, rejeitada com 263 votos.
“Eu vi uma melhora daquele momento para hoje. Não vou dizer
que terá muito voto a mais, mas posso afirmar que vai ter uma votação
idêntica à passada”, disse Ramalho. Padilha reafirmou as contas. “A base
de sustentação do governo deverá repetir o ótimo desempenho que teve na
primeira [votação, em agosto], fazendo entre 260 e 270 votos”.
O parecer do relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG),
contrário à admissibilidade da denúncia apresentada pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), foi aprovado na Comissão de
Constituição e de Justiça (CCJ) por 39 votos a 26. O governo precisa de
172 votos, ou seja, um terço mais um dos 513 deputados, para impedir que
a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o
presidente da República e os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha.
FALTA DE QUÓRUM
Os deputados da base aliada evitam falar em adiamento por
falta de quórum provocada pela oposição e pedem que todos os colegas
compareçam para debater e votar, independentemente das posições. “Há uma
responsabilidade e todo o país quer amanhã [quarta-feira] essa
definição. Penso que amanhã tem que ter uma responsabilidade de votar.
Quem quiser votar contra, que vote. Você tem que oferecer o debate para
todo mundo e esse debate tem que ser construtivo”, pediu Ramalho.
Já Carlos Marun (PMDB-MS) adotou um discurso mais forte, ao
seu estilo “É uma tremenda irresponsabilidade, quem não tem votos para
obter o resultado que deseja ficar atrapalhando o Brasil, fugindo da
luta. Se eles não aparecerem, vamos ter que aguardar para poder
vencê-los”.
(Por
Agência Brasil)
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