
Ao falar sobre a mudança de postura que adotará na campanha, Romário diz que "vai ser mais Romário" - Paulo Cappelli
A Coluna
entrevista hoje o senador Romário Farias, candidato do Podemos ao
governo do Rio. Lembrando os tempos de língua afiada, o ex-jogador disse
que Eduardo Paes (DEM) é "coautor de duas mortes", referindo-se ao caso
da Ciclovia da Niemeyer, e chamou Anthony Garotinho (PRP) de ladrão.
Ambos disputam com Romário a liderança no pleito, segundo as pesquisas
Ibope e Datafolha.
O DIA: O senhor pareceu acanhado no seu primeiro debate na TV, na Band. Que nota se dá?
Romário: Me dou nota seis. Me senti um
pouco tenso. Mais tenso do que quando bati pênalti na final da Copa.
Mas tudo tem a sua primeira vez, né? Serei mais incisivo e mais claro
nos próximos. O Romário vai ser mais Romário (o próximo debate na
televisão será o do SBT, dia 19).
Em que a sua candidatura difere da de Paes?
Paes quer posar de bom gestor. Ele é gestor, mas não
bom. Fez uma ciclovia de papel e, por isso, é coautor de duas mortes.
Fez um BRT que ninguém sabe onde começa e onde termina. Que bom gestor é
esse? Além disso, vários secretários do atual governador fazem campanha
para ele. Paes é a continuidade do governo Pezão (MDB).
E em que seu projeto difere do de Garotinho?
Garotinho é um desses caras que destruíram o estado. É
um grupo diferente do atual, mas também é um grupo ruim. O cara tem três
prisões, roubou mais de R$ 250 milhões da Saúde. Não sou eu que estou
dizendo, está provado. Garotinho e Paes não poderiam nem estar
disputando a eleição. Os dois só estão por (meio de) liminar.
Infelizmente, isso só acontece no Brasil. No início, minha intenção era
fazer uma campanha propositiva, mas não posso deixar esses caras falarem
de mim. Eles não têm moral para isso.
A sua vida financeira tem sido questionada, por causa das dívidas que o senhor acumula.
Tenho as minhas dívidas, e isso está sendo resolvido na
Justiça. Existe um valor acima do que a gente entende que é normal, com
juros exorbitantes, e estou contestando isso. E eu tô falando de
dinheiro meu; não tem dinheiro público envolvido. Dinheiro meu, eu dou
para quem eu quiser.
Mas o questionamento é em relação à sua capacidade como administrador.
Na vida pessoal, tenho problemas que vão ser
resolvidos. Nada com corrupção. Como administrador público, não podem
dizer se sou bom ou ruim. Nunca fui. Quero ter a oportunidade de ser. Os
que foram estão na Lava Jato. Na vida pública, como deputado e senador,
sempre estive na lista dos melhores parlamentares daquele prêmio
'Congresso em Foco'. Sou negro. Cresci na favela. Garoto, quando ficava
doente, ia para hospital público. Para ir treinar, usava o transporte
público. Estudei em escola pública. Sei o que o povo passa. Vou fazer de
tudo para melhorar isso.
Como jogador, o senhor tinha fama de marrento. Caso se eleja governador, como gostaria de ser reconhecido?
Trabalhador.
(Paulo Cappelli/O Dia)
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