
Ministro defendeu que pronunciamento da ONU não alcançou o efeito de suspender a decisão do TRF-4 que condenou o ex-presidente - Rosinei Coutinho/ STF
Brasília - O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar um pedido formulado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para afastar impedimento à candidatura do petista ao Palácio do Planalto.
Com base no comunicado do Comitê de Direitos Humanos da ONU, a defesa de Lula pretendia afastar os efeitos da condenação de Lula no caso do triplex do Guarujá (SP), no qual o ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Por conta dessa condenação, o petista foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
De acordo com os advogados Cristiano Zanin e Valeska
Zanin, não cabe aos órgãos judiciários brasileiros sindicar as decisões
proferidas pelo comitê da ONU, mas, sim, dar cumprimento às obrigações
internacionais assumidas pelo Brasil.
Até a publicação desta reportagem, a íntegra da decisão
de Fachin não havia sido divulgada. Nesta quarta, a expectativa dentro
do STF era de que o ministro levasse o tema ao plenário.
Conforme trecho da decisão de Fachin publicado no site
oficial do STF, o ministro entendeu que o pronunciamento do comitê da
ONU não alcançou o efeito de suspender a decisão do TRF-4 que condenou
Lula.

Defesa do ex-presidente tem usado pronunciamento de comitê da ONU nas alegações - Reprodução / PT
Pendências
Além do pedido negado por Fachin, a defesa de Lula ainda conta com outros dois processos que aguardam definição judicial - um recurso extraordinário no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF), que contestam a decisão colegiada do TSE, que, na madrugada do último sábado, negou o registro de Lula por 6 a 1.
Fachin foi o único voto a favor do registro de Lula no TSE, sob a alegação de que a posição da ONU afastava a inelegibilidade do petista, abrindo caminho para sua candidatura à Presidência da República.
O comunicado, emitido no dia 17 de agosto, solicitou
que o Brasil "tome todas as medidas necessárias para que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa desfrutar e exercer seus
direitos políticos, enquanto esteja na prisão, como candidato para as eleições presidenciais".
(por:Estadão Conteúdo)
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