País possui diversos casos de políticos assassinados durante ou após seus mandatos (Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/Dedoc - Thiago Henrique da Silva/Futura Press/Dedoc - Ailton de Freitas/Folhapress)
O assassinato de Gerson Camata, ex-senador e ex-governador do Espírito Santo, nesta quarta-feira 26, amplia uma lista desoladora da história brasileira: a de políticos assassinados. No caso de Camata, distante de cargos eletivos desde 2011, o crime foi motivado por uma ação judicial movida por ele contra seu ex-assessor, Marcos Venício Moreira Andrade, que o acusou de corrupção no passado e confessou ser o autor dos disparos.
Relembre alguns casos de grande repercussão de políticos que foram assassinados no país:
Marielle Franco foi assassinada durante mandato como vereadora do Rio de Janeiro (Reprodução/Reprodução)
Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro – 14 de março de 2018
Vereadora do PSOL, Marielle foi
assassinada em um crime ainda não completamente desvendado. Seu
motorista, Anderson Pedro Gomes, também morreu quando o carro em que
estavam foi emparelhado por outro veículo e atingido por tiros, na
região central do Rio de Janeiro. Investigado como um dos envolvidos no
caso, o vereador Marcello Siciliano (PHS), ex-colega de Marielle, se
declarou “indignado” quando foi detido. A investigação aponta que
milícias da cidade seriam interessadas na morte da política.
O então prefeito de Jandira, Braz Paschoalin – 15/03/2010 (Tiago Henrique da Silva/Futura Press/VEJA/Dedoc)
Braz Paschoalin – prefeito de Jandira (SP) – 10 de dezembro de 2010
Paschoalin foi assassinado durante seu
terceiro mandato como prefeito de Jandira, cidade na Grande São Paulo.
Na manhã de uma sexta-feira, teve seu carro alvejado por mais de 10
tiros que partiram de outro veículo, quando se aproximava da sede de uma
rádio, na qual participava de um programa semanalmente. Os criminosos
foram encontrados horas depois, tentando incendiar o automóvel com o
qual realizaram o crime. Entre acusados, presos posteriormente sob
suspeita de serem mandantes do crime, estão um ex-secretário municipal e
empresários.
Celso Daniel, então prefeito de Santo André, em entrevista coletiva – 28/05/1997 (Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/VEJA/Dedoc)
Celso Daniel, prefeito de Santo André (SP) – 18 de janeiro de 2002
Sequestrado quando deixava uma
churrascaria, o então prefeito de Santo André Celso Daniel teve seu
corpo encontrado com onze tiros e sinais de tortura, dois dias depois,
na estrada da Cachoeira, em Juquitiba (SP). A investigação da época
concluiu que o caso foi uma extorsão seguida de morte, com a prisão de
seis integrantes de uma quadrilha na zona sul de São Paulo. No entanto,
pessoas próximas de Daniel prontamente levantaram a suspeita de crime
político, apontando que o prefeito conhecia detalhes de esquemas de
corrupção envolvendo seu próprio partido, o PT.
Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT – 06/10/2000 (Moacyr Lopes Junior/Folhapress)
Toninho do PT, prefeito de Campinas (SP) – 10 de setembro de 2001
O prefeito, filiado ao PT, estava próximo
de completar o primeiro ano no cargo, quando foi assassinado. Ele se
encontrava em seu carro e recebeu três tiros vindos de outro
automóvel. O inquérito do caso concluiu que criminosos em fuga
dispararam após serem “fechados” no trânsito. Familiares e ex-colegas de
Toninho, porém, denunciaram motivações políticas, levando em conta
ações de seu mandato contra esquemas de corrupção na cidade, além de
possível envolvimento de figuras do próprio partido. A cobertura de sua
morte coincidiu com os ataques terroristas ao World Trade Center, em
Nova York, na manhã seguinte.
O então governador do Acre, Edmundo Pinto – 23/03/1992 (Ailton de Freitas/Folhapress)
Edmundo Pinto, governador do Acre – 17 de maio de 1992
Hospedado em um hotel em São Paulo, o
então governador do Acre foi morto a tiros por criminosos que roubaram
500.000 cruzeiros de seu quarto, entre roubos a outros inquilinos.
Edmundo Pinto tinha depoimento marcado naquela semana para uma CPI no
Congresso sobre desvios de verbas do FGTS, em caso envolvendo outros
políticos. Apesar das suspeitas de crime político, a polícia concluiu o
caso como latrocínio (roubo seguido de morte).
José Kairala, senador do PTB-AC, morto a tiros por Arnon de Mello, do
PDC-AL, durante uma briga com Silvestre Péricles de Góes Monteiro, do
PTB-AL, no plenário do Senado – 04/12/1963 (Manoel Soares/Agência O
Globo/VEJA/Dedoc)
José Kairala, senador pelo Acre – 4 de dezembro de 1963
Kairala foi atingido durante uma sessão
do Senado, vítima de disparo efetuado por um colega da Casa. Na ocasião,
Arnon de Melo (pai do ex-presidente Fernando Collor) discursava se
defendendo de denúncias, quando foi interrompido pelo também senador
Silvestre Péricles de Góis Monteiro, ambos representantes do estado de
Alagoas. Melo sacou uma arma e tentou atirar contra Péricles, porém
acertou o acriano, que não resistiu. Preso em flagrante, Arnon Melo foi
inocentado posteriormente em julgamento.
(Por
Diego Freire/Veja.com.br)
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