ACUSADO DE ABUSOS
Médium de 76 anos está preso desde o dia 16 (Igo Estrela/Metropoles/Reuters)
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou nesta quarta-feira, 26, petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que defende a manutenção da prisão preventiva do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. Ele está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde o dia 16 deste mês acusado de abusar sexualmente de mulheres que eram atendidas na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).
Na semana passada, a Polícia Civil concluiu o primeiro inquérito
contra João de Deus e pediu seu indiciamento por violação sexual
mediante fraude.
Na manifestação encaminhada ao presidente do STF, ministro Dias
Toffoli, responsável pelas decisões durante o recesso do Judiciário, a
procuradora defende a manutenção da prisão por haver risco de fuga e
intenção do médium de dificultar as investigações. Ela cita as
movimentações financeiras feitas por ele.
Dodge aponta também que nem o Tribunal de Justiça de Goiás nem o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisaram ainda o mérito de habeas
corpus apresentado pela defesa do líder religioso. A PGR pediu também a
suspensão do sigilo do caso.
Em depoimento prestado nesta quarta-feira, 26, João de Deus disse que
“não se lembra” das mulheres que o acusam de abuso sexual. Para o
criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o médium, é
justificável que ele não se recorde do nome das mulheres que o acusam.
“Ele recebia entre 1.000 a 1.500 pessoas todos os dias. Foi
perguntado a ele, especificamente, sobre três mulheres. Ele respondeu,
logicamente, que não se recordava delas”, informou Toron. Antes de a PGR
encaminhar a manifestação ao Supremo, Toron disse que não entendia o
motivo de manter João de Deus em prisão preventiva, que bastaria
“domiciliar com tornozeleira”.
(por:Estadão Conteúdo)
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