Devido a crise na Venezuela, a produtora de pneus norte-americana Goodyear anuncia a retirada de fábricas do país - 10/12/2018 (Rayner Pena/dpa/Getty Images)
O governo venezuelano ordenou a ocupação das instalações da Goodyear, depois que, no último dia 10, a fabricante americana de pneus encerrou suas operações no país, segundo uma resolução do Ministério do Trabalho divulgada neste sábado.
Citando uma “violação dos direitos trabalhistas” de seus 1.160 funcionários, o ministério determinou a “ocupação imediata da C.A. Goodyear da Venezuela”, assinala o texto, publicado no diário oficial.
A fábrica da empresa na zona industrial de Valencia já havia sido ocupada pelas autoridades, um dia após o seu fechamento.
Em sua resolução, o ministério também ordenou a retomada das atividades, e, alegando que a empresa foi abandonada por seus representantes, dispôs a formação de uma “junta administrativa especial” com delegados dos empregados e do sindicato do setor.
Em comunicado deixado na entrada da fábrica, a Goodyear informa que foi “forçada a encerrar suas operações”, o que o governo denunciou como um ato de “sabotagem e boicote”, solicitando que a Justiça investigue os representantes da empresa.
O governo incluiu a decisão da Goodyear em uma “escalada de ataques” ao plano econômico lançado pelo presidente Nicolás Maduro em agosto, que não conseguiu conter uma crise caracterizada pela escassez de insumos e produtos básicos e uma inflação que o FMI projeta em 10.000.000% para 2019.
falta de peças de reposição e pneus, combinada com os preços elevados, fez com que 90% da fronta de transporte público ficasse parada.
Com o argumento de estar respondendo a boicotes, o governo venezuelano já havia ocupado instalações de outras empresas internacionais.
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