RIO DE JANEIRO, RJ
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (José Cruz/Agência Brasil)
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC),
reafirmou nesta segunda-feira, 30, a intenção de pedir ajuda ao
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para
dificultar a entrada no Brasil de armas usadas por facções criminosas
como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele
havia declarado a intenção
anteriormente no último domingo. Ao reforçar a proposta, Witzel
comparou as organizações brasileiras a grupos terroristas
internacionais.
“Em 2017, a ONU
editou uma resolução por unanimidade para reduzir, eliminar o envio de
armas a grupos terroristas. O que diferencia o Comando Vermelho do grupo
Isis (sigla usada para identificar o Estado Islâmico)? O que diferencia
o PCC do grupo terrorista Al Qaeda? São facções que não têm escrúpulos,
cooptando os pobres para a morte e destruindo as famílias nas
comunidades”, disse o governador durante discurso na Assembleia
Legislativa, onde ele esteve para acompanhar a entrada da medalha
Tiradentes ao secretário estadual de Polícia Civil, Marcus Vinícius de
Almeida Braga. A honraria foi concedida por iniciativa do deputado
estadual Delegado Carlos Augusto (PSD).
‘É por isso que eu disse recentemente
que nós precisamos levar ao Conselho de Segurança da ONU a mesma
responsabilidade que temos de enfrentar o terrorismo”, completou.
Witzel pediu que o procurador-geral de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, acompanhe a
iniciativa e designe um representante do Ministério Público estadual
para intervir junto à ONU: “(Gussem) certamente não hesitará em nos
acompanhar nessa missão junto ao Conselho de Segurança da ONU. Peço que
designe o procurador de Justiça Marcelo Monteiro para se integrar a essa
missão. Juntamente com nosso assessor especial Roberto Mota (ele)
levará os documentos ao Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o
governador.
O governador do Estado fluminense
também pediu aos deputados estaduais que constituam um comissão para
tratar do tema. “Vamos ao Conselho de Segurança da ONU demonstrar que no
Estado do Rio de Janeiro estamos fazendo nosso trabalho, mas não
conseguiremos extirpar das comunidades o armamento bélico que entra
pelas nossas fronteiras e criminosamente está sendo distribuído por
países como Paraguai e a Bolívia. Que a ONU, através de seu Conselho de
Segurança, reconheça que essas facções que hoje estão nas comunidades
são narcoterroristas e faça o que fez com a Al-Qaeda e o Isis: impeça
que a indústria de armamentos continue a fornecer a esses criminosos o
poder de sangrar as nossas crianças e nossas famílias”, completou.
Em outro evento do qual participou
nesta segunda-feira, Witzel afirmou que tem ouvido que o Rio tem um
“governador durão” que está “botando ordem na casa”. “Essa imagem
positiva é muito boa para o Rio”, afirmou, durante evento do Movimento
Rio em Frente! realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ).
(Com Estadão Conteúdo)
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