segunda-feira, 28 de julho de 2014

Fumantes há mais de 30 anos largam vício em cigarro após terapia no HWG. O grupo, coordenado pela psicóloga Leila Rodrigues, está em sua segunda turma e oferece orientação para os interessados em abandonar o cigarro

SUPERAÇÃO

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Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com

Após fumar uma carteira de cigarros por dia nos últimos 32 anos, a enfermeira Sílvia Paiva comemora hoje 90 dias longe do vício, que foi seu companheiro em diversos momentos tristes de sua vida. Assim como ela, a auxiliar de saúde Maria de Fátima do Nascimento, que fumou por 40 anos, também luta contra o tabagismo e está 12 dias sem um único cigarro, o que é celebrado como um renascimento por ambas. Servidoras do Hospital Walfredo Gurgel, as duas participam do Grupo Terapêutico para Abandono do Tabagismo, realizado pelo Núcleo de Assistência à Saúde do Trabalhador (Nast).

O grupo, coordenado pela psicóloga Leila Rodrigues, está em sua segunda turma e oferece orientação para os interessados em abandonar o cigarro, como Sílvia e Maria de Fátima, que relataram as dificuldades enfrentadas em busca de uma vida mais saudável e as alegrias por conseguirem vencer o tabagismo, que passou a ser parte da vida delas ainda na adolescência.

“Tem uma coisa muito boa acontecendo na minha vida, a realização de um propósito. É muito complicado, principalmente passar pela fase de abstinência, que é forte para quem fuma há tantos anos, mas aos poucos e com muita dedicação, estou conseguindo e hoje já são 90 dias sem um único cigarro. Chorei de saudades dele, que foi meu companheiro em tantos momentos tristes, mas hoje consigo enfrentar meus dilemas sem ele. Estou reavaliando muita coisa na minha vida”, desabafou Sílvia.

Usando o adesivo de nicotina, ela disse que além das alterações emocionais que vem passando, ela está percebendo também benefícios físicos, como a melhora do aspecto de sua pele, o brilho dos olhos e o cheiro dos componentes do cigarro, que antes eram impregnados em seu corpo, cabelo e objetos pessoais. “Tudo está mudando para melhor e a minha família está muito feliz, principalmente minha mãe, que fez até promessa para eu largar o cigarro, em maio do ano passado. Felizmente, em maio deste ano, deixei de fumar”, afirmou.

Para Maria de Fátima, que também fumava uma carteira de cigarros ao dia, as dificuldades diárias vividas por causa da abstinência são grandes, mas a força de vontade e dedicação na luta para se livrar do vício que a acompanhou por 40 anos são muito maiores. Ela disse que fumava principalmente quando passava por momentos estressantes em casa ou no trabalho e também nos momentos de distração, como na hora do cafezinho.

“Acendi meu primeiro cigarro aos 16 anos, mas hoje, estou muito mais feliz em ter deixado aquele que me acompanhou por tantas décadas. Hoje, sinto muitas melhoras na minha vida, apesar dos problemas decorrentes da abstinência, como a secura na boca e alguns momentos de irritação, que consigo controlar. Mas também durmo muito melhor hoje. Antes, eu tinha insônia, mas depois de parar de fumar, já consigo dormir tranquilamente”, disse.

Grupo está na segunda turma
A segunda turma do Grupo Terapêutico, que realizou o terceiro encontro nesta segunda-feira (28), conta com uma média de dez participantes, todos servidores do Walfredo Gurgel. Durante o encontro semanal, eles recebem orientações psicológicas, nutricionais, médicas e informações relacionadas aos males causados à saúde pelo consumo do cigarro. Eles também relatam o tempo que passaram fumando e as razões que os levaram a querer abandonar o vício.

Segundo a coordenadora Leila Rodrigues, as mudanças são visíveis nas vidas das pessoas que procuram o apoio do grupo, principalmente emocionais, pois há várias questões relacionadas ao cigarro. Ela falou ainda que a satisfação momentânea conferida pelo cigarro é falsa e que os participantes conseguem perceber isso através das palestras e orientações.

“Ele é um companheiro e deixá-lo implica em várias outras questões da vida da pessoa. Cada pessoa tem seu momento de parar. Mesmo aquelas que não conseguem deixar ao participar dos encontros, acabam diminuindo o consumo do cigarro, o que é um avanço importante”, explicou.

A fisioterapeuta Tatiana Ribeiro, que também participa do grupo, disse que 50% da turma anterior, em maio passado, conseguiu largar o vício, como Sílvia. A outra metade diminuiu o consumo após os encontros e acompanhamentos que são feitos. O programa foi criado com base na política do Ministério da Saúde de incentivo à população para abandono.

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