ELEIÇÕES 2014- FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO RN ELABORA PROPOSTAS
Vinícius Menna
Repórter
A Federação da Agricultura
e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern) vai apresentar no dia 26 de
agosto um documento com propostas para o desenvolvimento da agropecuária
do RN aos três candidatos que estiverem mais bem colocados nas
pesquisas para o Governo do Estado. Os pontos que constarão no documento
foram discutidos ontem por representantes do setor durante o seminário
“O Que Esperamos do Próximo Governo”, organizado pela Federação. Entre
as propostas estão a interligação das bacias hidrográficas do RN, a
construção de um novo porto, a ampliação da assistência técnica rural,
entre outros pontos.
Emanuel Amaral
Vieira lembra que um dos pricipais pleitos do setor é a interligação de bacias hidrográficas para combater efeitos da seca
Esta
é a segunda edição do seminário, que foi realizado pela primeira vez em
2010 e também repassou as demandas do setor aos candidatos do pleito
naquele ano. De acordo com o presidente da Faern, José Vieira, técnicos
da Federação visitaram produtores pelo interior do Estado por dois meses
para identificar as dificuldades que atrapalham o desenvolvimento da
agropecuária no Rio Grande do Norte.
Um dos principais pleitos do setor é a interligação das bacias
hidrográficas potiguares. “Isso é muito importante para garantir que,
na hora em que o rio São Francisco chegar, essa água não seja perdida”,
ressaltou o presidente da Faern.
José Vieira destacou ainda a
necessidade de um novo porto para escoar a produção, do fornecimento de
assistência técnica de qualidade, que acompanhe de forma contínua os
produtores, além de pontos como educação e segurança para que o homem do
campo possa ter qualidade de vida no interior do Estado, reduzindo a
possibilidade de evasão do meio rural.
“O acesso ao crédito é
outro ponto. Existe uma burocracia grande para que os produtores tenham
acesso ao crédito. E os processos de licenciamento ambiental também tem
muita burocracia”, diz José Vieira.
Com a seca, diversas culturas
tiveram queda na produção, como mostram os dados do Instituto
Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), entre 2011 e 2012, o feijão,
por exemplo, registrou queda de 94%. Outros produtos como a fava (99%),
o milho (94%) e o sorgo (92%) também tiveram números negativos.
“O
Rio Grande do Norte já foi o maior exportador de camarão do país, mas
não é mais. O Estado também já teve destaque na produção de castanha,
mas não tem mais. A seca não explica tudo. Nós tivemos dificuldade de
gestão”, afirma José Vieira.
Obras
Presente
no seminário, o professor do Departamento de Economia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ex-subsecretário da Pesca do Rio
Grande do Norte, Antônio-Alberto Cortez, destaca que entre os
principais gargalos que afetam o setor estão a falta de obras
estruturais.
“Temos estradas deficitárias, um sistema portuário
deficitário, uma malha ferroviária pífia, sem interligações com as
demais regiões produtoras do Brasil. Nós sofremos muito com a falta
dessa questão de logística”, destacou.
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