SESSÃO SOLENE
Solenidade aconteceu na última quinta-feira, 19, na Câmara
A
Revolução Russa de 1917 é considerada um dos principais eventos da
história contemporânea, tendo marcado o curso do século 20 e
reverberando até hoje. Em 7 de novembro, ela completará cem anos. Para
homenagear e recordar este acontecimento histórico, a Câmara Municipal
de Natal, por proposição do vereador Fernando Lucena (PT), realizou uma
sessão solene, na última quinta-feira, 19, que contou com a presença de
líderes de centrais sindicais, partidos de esquerda e movimentos sociais
organizados. Um dos pontos altos do evento foi a participação do coral
da Escola de Música da UFRN, que entoou o hino da Internacional
Socialista.
Em seu discurso, o vereador Fernando Lucena ressaltou o
legado do episódio. “Não podemos falar em direitos sociais e
trabalhistas sem lembrar da Revolução Russa, que teve em Lenin seu
artífice e chefe inconteste. Só pra citar alguns exemplos, décimo
terceiro salário, férias remuneradas e licença maternidade são heranças
deixadas pelo idealismo daqueles operários russos que tiveram a coragem
de enfrentar a tirania do grande capital, inclusive muitos pagaram com a
própria vida o preço pela vitória do socialismo. Homenagear estes
gloriosos camaradas é questão de justiça!”, afirmou o parlamentar.
“Portanto,
companheiros, é tempo de renovar as utopias, as forças, as esperanças.
Muitas conquistas do povo trabalhador estão ameaçadas pelo avanço do
fascismo. Vivemos tempos difíceis. Governo de golpistas no Brasil,
acensão de Donald Trump nos Estados Unidos e crescimento da
extrema-direita na Alemanha são sintomas do avanço de uma onda
reacionária em todo mundo. Diante deste cenário, as forças progressistas
precisam estar unidas e mobilizadas para enfrentar a ofensiva
capitalista”, defendeu.
Às vésperas do movimento revolucionário, a
Rússia era uma das maiores potências europeias, porém, enquanto as
outras nações cresciam e faziam reformas, a Rússia não se modernizava. A
sociedade russa, cerca de 170 milhões de pessoas, desenvolvera-se num
imenso território, com mais de 50% da população composta por povos de
outras nacionalidades. Essa sociedade eclética estava sob o jugo de um
Estado despótico cujo poder absoluto se concentrava nas mãos do czar
(imperador).
Sendo um país predominantemente agrário, a
aristocracia rural detinha o controle da propriedade da terra. O
processo de industrialização, por sua vez, iniciara apenas nas última
décadas do século XIX, graças ao afluxo de capitais estrangeiros
(ingleses, franceses e alemães). A partir daí, surgiram gigantescas
empresas que concentravam um enorme contingente de operários, submetidos
a condições extremas de exploração: jornadas de trabalho entre 12 e 16
horas, baixos salários, falta de segurança e inexistência de uma
legislação trabalhista, além da proibição de organização de sindicatos.
Tudo
isso gerou um clima de efervescência revolucionária que tomou conta da
sociedade. Manifestações espontâneas de rua, greves operárias, atos de
insubordinação dos soldados contra os comandos militares culminaram na
deposição do regime czarista e prepararam o terreno para a revolução,
que derrubou a ordem burguesa.
A vereadora Natália Bonavides (PT),
evocou o significado histórico universal da revolução que, segundo ela,
determinou uma mudança radical em todo desenvolvimento da sociedade
contemporânea. “Aquela luta é a mesma luta de hoje. É a luta para que
mulheres e homens sejam livres para desenvolver seus potenciais. Porque
só através da construção do socialismo teremos um mundo sem injustiças”,
pontuou.
(AgoraRN)
Nenhum comentário:
Postar um comentário