BRASIL, POLÍTICA
A tramitação da denúncia preocupa o presidente e os ministros. Todos
foram denunciados criminalmente pela Procuradoria-Geral da República
(Cristiano Mariz/VEJA)
O presidente Michel Temer está reunido neste domingo com os ministros peemedebistas Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)e Eliseu Padilha (Casa Civil), e o tucano Antônio Imbassahy (secretário de Governo), o último a chegar ao Palácio do Jaburu, em Brasília. Os três peemedebistas foram denunciados criminalmente pela Procuradoria-Geral da República.
Desde a última sexta-feira, Temer vem se reunindo com
ministros, advogados e conselheiros políticos e de comunicação para
discutir sua defesa e a estratégia para barrar a denúncia na Câmara dos Deputados.
A tramitação da denúncia preocupa o presidente e os
ministros. Partidos da base do governo, principalmente do Centrão,
pressionam a Presidência por nomeações em cargos comissionados e o
pagamento de emendas parlamentares, parte delas negociada ainda durante a
tramitação da primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva,
que os deputados não admitiram.
Na semana passada, o Palácio do Planalto recebeu a
notificação oficial e deu prazo de dez sessões para que o presidente e
os ministros apresentem sua versão sobre os crimes de organização
criminosa e obstrução de Justiça.
Outra preocupação é com o comportamento do PSDB, principal
partido aliado de sustentação do governo. Causou insatisfação na bancada
tucana a indicação do deputado mineiro Bonifácio Andrada para relatar a
segunda denúncia. Ele é do grupo ligado ao senador afastado e
presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves (MG), visto como aliado pelo
Planalto. Andrada votou a favor de Temer na primeira.
O líder tucano na Câmara Ricardo Tripoli (SP) pediu ao
presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco
(PMDB-MG), para não indicar ninguém de seu partido para a tarefa, o que
não foi respeitado.
Os deputados tucanos racharam na primeira votação em
plenário: placar de 22 a 21, favorável ao peemedebista por apenas um
voto. O resultado reforçou pedidos do Centrão para que Temer demita
ministros do PSDB, entre eles Imbassahy, o que não deve ocorrer porque
ele é cortejado para migrar para o PMDB.
(Com Estadão Conteúdo)
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