LAVA JATO
Doleiro Enivaldo Quadrado, que tenta evitar a prisão, também teve pedido negado
Em um só dia, o ministro Edson Fachin, relator dos processos da
Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedidos de
cinco investigados. Na segunda-feira, ele indeferiu habeas corpus do
ex-presidente da Câmara Henrique Alves (PMDB-RN) e do ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto, que estão presos, e do doleiro Enivaldo Quadrado,
que tenta evitar a prisão iminente. Negou ainda pedido do também
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que queria paralisar um
processo que está sob os cuidados do juiz Sergio Moro, responsável pela
Lava-Jato na primeira instância. Por fim, rejeitou pedido para parar um
inquérito aberto no STF para investigar o senador Humberto Costa
(PT-PE).
Alves está preso desde junho do ano passado. Ele responde
a processos por irregularidades na Caixa Econômica e na construção da
Arena das Dunas, estádio em Natal usado na Copa do Mundo de 2014, mas
nega irregularidades. Em fevereiro, a Sexta Turma do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) rejeitou habeas corpus e o manteve preso. A defesa
recorreu ao STF em 5 de abril. Fachin negou a liminar, ou seja, deu uma
decisão provisória. Ainda não houve decisão definitiva no caso.
No
caso de Vaccari, preso de desde abril de 2015, e já condenado por Moro e
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Fachin também negou
uma liminar e ainda não analisou em definitivo o pedido. Em sua
decisão, o ministro anotou: “não verifico ilegalidade evidente, razão
pela qual, sem prejuízo de ulterior reapreciação da matéria no
julgamento final do presente habeas corpus, indefiro a liminar”. O
habeas corpus foi apresentado pela defesa ao STF no começo de fevereiro.
Quadrado,
que se envolveu nos escândalos do mensalão e da Lava-Jato, pediu um
habeas corpus preventivo no começo de março. Segundo ele, o TRF4, que
integra a segunda instância da justiça brasileira, já o condenou e falta
pouco para julgar um recurso apresentado pela defesa. Assim, pede para
não ser preso até o trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais
possibilidade de apresentar recurso. Atualmente, o entendimento do STF é
de que é possível executar a pena já na segunda instância, mesmo
havendo recursos possíveis aos tribunais superiores.
A defesa de
Eduardo Cunha foi ao STF em 1º de março, contra decisão tomada pelo
Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) que mandou um processo
dele para o juiz Sergio Moro. Cunha está preso desde outubro de 2016 em
razão justamente de uma decisão de Moro. A defesa alega que há recursos
pendentes no TRF2 e que, até sua análise, o processo não pode andar. Mas
Fachin indeferiu o pedido.
Humberto Costa é alvo de um dos
primeiros inquéritos abertos no STF no âmbito da Lava-Jato, em março de
2015. Dos processos daquela época, é o mais atrasado. Enquanto nos
outros houve denúncia, conversão para ação penal ou arquivamento, este
ainda não andou. A suspeita é que tenha se beneficiado, na campanha de
2010, de dinheiro desviado da Petrobras. O senador nega irregularidades.
O pedido de trancamento da ação penal foi negado por Fachin.
Também
na segunda-feira, Fachin atendeu um pedido feito pelo senador Aécio
Neves (PSDB-MG) em fevereiro, e permitiu que ele tenha acesso a
depoimentos de delatores da Odebrecht que fazem referência a um dos
inquéritos a que ele responde na corte. É o único processo contra o
tucano que continua no gabinete de Fachin. Os outros oito processos, dos
quais quatro também têm origem na delação da Odebrecht, estão com
outros ministros atualmente.
Fonte: O Globo
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