VIOLÊNCIA NO PARÁ
Pela segunda vez em menos de um
mês, a Grande Belém viveu uma onda de homicídios após a morte de um
policial militar. Ao todo, 18 pessoas foram assassinadas das 13h de
domingo (29) às 18h desta segunda-feira (30).
Pelo menos dez das mortes aconteceram nas horas seguintes ao assassinato
da cabo Maria de Fátima dos Santos, 49, da PM do Pará. Ela estava de
folga e foi morta com três tiros dentro de casa em Ananindeua (20 km de
Belém).
A média de assassinatos na Grande Belém é de 2,3 casos por dia – em
2017, foram assassinadas 855 pessoas na região metropolitana.
O secretário de Segurança do Pará, Luiz Fernando Rocha, afirma que só
as investigações poderão apontar se há relação entre as mortes e se
parte delas realmente foram motivadas por vingança pelo assassinato da
PM.
"O que posso dizer é que vários homicídios aconteceram após a
morte da policial", diz ele, que confirma que a maioria dos crimes tem
características de crime premeditado.
Uma
das pessoas mortas na onda de crimes na região foi um suspeito de
envolvimento no assassinato da cabo Maria de Fátima, que já havia sido
identificado pela polícia.
Segundo a Secretaria da Segurança do estado, ele foi morto em confronto com policiais nesta segunda.
Há
três semanas, 12 pessoas foram assassinadas na Grande Belém em cinco
horas após as mortes de dois PMs. Em janeiro do ano passado, houve outro
caso semelhante: 30 assassinatos em dois dias depois da morte de um
soldado.
A maioria das vítimas da onda de assassinatos desta
semana são homens e foram alvo de vários disparos de arma de fogo em via
pública.
As dez primeiras mortes aconteceram num período de 12
horas, parte delas ainda durante a tarde de domingo. Foram encontradas
vítimas de disparos de arma de fogo no bairro de Águas Lindas, em
Ananindeua, e nos bairros de Condor, Marco, Canudos, Terra-Firme e Una,
em Belém.
Outras quatro vítimas deram entrada com ferimentos em
hospitais e postos de saúde. Nesta segunda, houve outras oito mortes em
bairros de Belém e Ananindeua (inicialmente o estado divulgou 17, mas
retificou depois).
Segundo o secretário da Segurança, o governo do
estado reforçou o policiamento na capital e em cidades do entorno e vem
fazendo um trabalho preventivo para reduzir o número de homicídios.
Cerca
de 3.000 novos policiais irão se unir à tropa até a metade deste ano,
sendo 474 investigadores e 49 delegados de polícia, que vão reforçar o
trabalho de inteligência.
Com o assassinato da cabo da PM Maria de
Fátima, chega a 21 a quantidade de policiais militares mortos neste ano
no estado do Pará.
Diante do incremento do número de policiais
mortos nos últimos anos, a pasta da segurança criou uma divisão
específica para investigação de crimes contra policiais.
Segundo o secretário Luiz Fernando Rocha, o novo núcleo tem
apresentado boa resolutividade: os autores das mortes de 16 policiais
mortos neste ano foram identificados.
(Com informações da Folhapress)
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