Lula diz que foi condenado sem provas - Nelson Almeida / AFP
Brasília - A presidente do PT, senadora Gleisi Hofmann
(PR), leu nesta terça-feira uma carta na qual o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva confirma sua pré-candidatura à Presidência da
República e acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson
Fachin de fazer manobras na tramitação processual dos habeas corpus
protocolados por seus advogados.
Na carta lida pela senadora, durante reunião da
Executiva Nacional do PT, Lula diz que foi condenado sem provas e afirma
que o “comportamento público de alguns ministros da Suprema Corte é a
mera reprodução do que se passou na primeira e na segunda instâncias”.
“Primeiro, o ministro Fachin retirou da Segunda Turma
do Supremo Tribunal Federal o julgamento do habeas corpus que poderia
impedir minha prisão e o remeteu para o plenário. Tal manobra evitou que
a Segunda Turma, cujo posicionamento majoritário contra a prisão antes
do trânsito em julgado já era de todos conhecido, concedesse o habeas
corpus. Isso ficou demonstrado no julgamento do plenário, em que quatro
dos cinco ministros da Segunda Turma votaram pela concessão da ordem”,
diz Lula na carta.
Na última sexta-feira (22), Fachin enviou pedido de
liberdade ou prisão domiciliar do ex-presidente para julgamento pelo
plenário, e não na turma, como queria a defesa. Ao justificar o envio, o
ministro disse que a questão deve ser tratada pela Corte por passar
pela análise do trecho da Lei da Ficha Limpa que prevê a suspensão da
inelegibilidade “sempre que existir plausibilidade da pretensão
recursal".
Em outro trecho da carta lida por Gleisi, o
ex-presidente Lula disse que não cometeu nenhum crime e reafirma sua
pré-candidatura às eleições presidenciais de outubro.
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal
em Curitiba há mais de 80 dias em função da condenação a 12 anos e um
mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do
triplex em Guarujá (SP), um dos processos da Operação Lava Jato. Por
determinação do juiz Sérgio Moro, Lula foi preso para começar a cumprir a
pena após ter os recursos rejeitados pela segunda instância da Justiça
Federal.
A Agência Brasil entrou em contato com o gabinete do ministro Edson Fachin e ainda não recebeu retorno.
(Por
Agência Brasil)
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