CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
Rogério Marinho sobre o fim da obrigatoriedade: "perdem os pelegos, ganha o Brasil"
A contribuição sindical não é mais obrigatória no Brasil e isso
forçará a modernização das entidades de classes. Pelo menos, é isso que
prevê o deputado federal Rogério Marinho, do PSDB, que relatou a reforma
trabalhista que propôs o fim dessa obrigatoriedade, confirmada nesta
semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“O fim da
obrigatoriedade do imposto sindical é o princípio da moralização do
sindicalismo brasileiro”, avaliou Rogério Marinho, acrescentando que “os
sindicatos cartoriais e não representativos serão depurados, deverão
modernizar-se, representar efetivamente os trabalhadores e finalmente
ingressar no século XXI, despindo-se da muleta coercitiva que distorceu e
descaracterizou a atuação do movimento nos últimos 70 anos. Perdem os
pelegos, ganha o Brasil”.
Desde a aprovação da reforma
trabalhista, relatada pelo parlamentar potiguar tucano, o desconto de um
dia de trabalho por ano em favor do sindicato da categoria passou a ser
opcional, mediante autorização prévia do trabalhador. A maioria dos
ministros do STF concluiu, nesta sexta-feira, 29, que a mudança feita
pelo Legislativo é constitucional.
O ministro Alexandre de Moraes,
que votou para que o imposto seja facultativo, avaliou que a
obrigatoriedade tem entre seus efeitos negativos uma baixa filiação de
trabalhadores a entidades representativas. Para ele, a Constituição de
1988 privilegiou uma maior liberdade do sindicato em relação ao Estado e
do indivíduo em relação ao sindicato, o que não ocorreria se o imposto
for compulsório.
“Não há autonomia, não há a liberdade se os
sindicatos continuarem a depender de uma contribuição estatal para
sobrevivência. Quanto mais independente economicamente, sem depender do
dinheiro público, mais fortes serão, mais representativos serão”,
afirmou Moraes. “O hábito do cachimbo deixa a boca torta”, disse o
ministro Marco Aurélio Mello, concordando com o fim da obrigatoriedade.
(Ciro Marques/AgoraRN)
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