BRASIL, POLÍTICA
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O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira (3), que o
pacote anticrime, em tramitação no Congresso Nacional, foi elaborado
“para ser temido por marginais e não pelo cidadão de bem”. Ele fez
críticas a “órgãos da Justiça e do Ministério Público, que buscam
transformar auto de resistência em execução”.
“O ativismo em
alguns órgãos da Justiça e do Ministério Público na política busca, cada
vez mais, transformar auto de resistência em execução. É doloroso você
ver um policial chefe de família preso por causa disso. Muitas vezes
vemos policiais militares serem alçados por uma função, aí vem a
imprensa dizer que ele tem 20 autos de resistência. Tem de ter 50. É
sinal de que ele trabalha, que faz sua parte, e de que ele não morreu”,
disse o presidente, na cerimônia de lançamento das campanhas
publicitárias a favor do pacote, no Palácio do Planalto.
Autos de resistência ocorrem quando policiais usam dos “meios
necessários” para efetuar prisões contra pessoas suspeitas de terem
praticado um crime. Já o excludente de ilicitude, ao classificar essa
ação como legítima defesa por parte do policial, exime dele, qualquer
ilícito consequente. As duas ferramentas jurídicas estão entre os pontos
polêmicos do pacote anticrime original apresentado pelo governo.
Segundo seus críticos, tanto os autos de resistência como os excludentes
de ilicitudes seriam uma espécie de carta branca para a polícia matar.
“Queremos
mudar a legislação para que a lei seja temida pelos marginais e não
pelo cidadão de bem. Esse é o espírito da lei e o objetivo da propaganda
do projeto anticrime”, disse o presidente referindo-se à campanha
anunciada no Planalto.
Ao defender o pacote, Bolsonaro disse serem
muito comuns casos de policiais presos injustamente por apenas
cumprirem suas funções. “Quantas vezes visitei o presídio da PM [Polícia
Militar] em Benfica, no Rio de Janeiro, e conversei com os homens da
segurança que estavam no comando, com policiais e com bombeiros presos.
Conversando com eles, não mais que sentimento, tive a certeza de que, lá
dentro, tinha muitos inocentes. Basicamente por excessos. Pode, de
madrugada, na troca de tiro com marginal, policial dar mais de dois
tiros e ser condenado por excesso? É um absurdo isso.”
O
presidente disse ter a certeza de que o Congresso vai aprovar o pacote
anticrime. “Não raras vezes fui ao Cemitério Jardim da Saudade
acompanhar o enterro de policiais militares, militares das forças
armadas e civis vitimados por criminosos. Tenho certeza de que haverá o
consentimento do Parlamento, e a proposta será aprovada. E aquele que,
por ventura, no futuro, quiser praticar um crime, vai pensar muito antes
de cometê-lo, porque saberá que certas regalias como saidões deixarão
de existir. Saidão pode existir, mas da cela para o pátio da prisão”,
disse o presidente, ao pedir a colaboração de parlamentares para aprovar
o pacote.
(Com informações Agência Brasil)
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