Dinheiro apreendido pela PF em operação - Polícia Federal / Divulgação
Rio - O balanço final da Operação Armadeira,
divulgado pela Polícia Federal na tarde desta quarta-feira, aponta que
mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo foram apreendidos durante a ação
contra auditores da Receita acusados de cobrar propina de empresários e
delatores da Lava Jato. Em troca do dinheiro, os servidores suspendiam
multas e processos tributários no Fisco.
Ao todo, foram localizados R$ 1.109.130,00, US$ 26,9
mil e, ainda, 3,9 mil euros. Somente na casa de Marco Aurélio Canal,
apontado como um dos mais influentes da organização criminosa, foram
localizados R$ 200 mil. Ele era o supervisor de Programação da Receita e
foi preso por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal
Federal, o juiz da Lava Jato Rio.
Dinheiro foi apreendido na casa de auditores da Receita Federal - Polícia Federal / Divulgação
Canal é acusado de receber R$ 4 milhões de Lelis
Teixeira, réu da Lava Jato e ex-presidente da Federação das Empresas de
Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor).
Lelis fez delação premiada e relatou ter negociado o
pagamento para evitar multa contra a empresa de transportes carioca em
um processo que corria na Receita.
Outro auditor alvo dos investigadores é Marcial
Pereira de Souza, que chegou a cobrar propina de 500 mil euros para
barrar fiscalização tributária contra Ricardo Siqueira Rodrigues, réu da
Operação Rizoma, desdobramento da Lava Jato que investiga desvio de
verbas dos fundos de pensão dos Correios, o Postalis, e do Serpros.
A Operação Armadeira cumpriu 14 mandados de prisão e
41 mandados de busca e apreensão no Rio deferidos pelo juiz federal
Marcelo Bretas. O juiz decretou o bloqueio de R$ 13,8 milhões do auditor
Marcos Aurélio Canal.
Defesa
O advogado Fernando Martins, responsável pela defesa
de Canal, declarou, por meio de nota, "que se trata de mais uma prisão
ilegal praticada no âmbito da denominada operação Lava Jato, eis que de
viés exclusivamente político, atribuindo a Marco Canal responsabilidades
e condutas estranhas à sua atribuição funcional e pautada
exclusivamente em supostas informações obtidas através de 'ouvi dizer'
de delatores".
(Por:Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário