Comércio quer ‘botão do pânico’

SEGURANÇA

Pedro Andrade e Valdir Julião

repórteres

Os assaltos e arrombamentos a estabelecimentos comerciais que ganharam mais notoriedade nas últimas semanas vêm assustando empresários e usuários dos serviços. Nesta semana tiveram destaque pelo menos quatro casos em Natal tendo como alvo restaurantes e lanchonetes, a maioria na zona Sul. As ações dos criminosos ocorrem, predominantemente à noite, são executados por, pelo menos, dois homens armados e que costumam fugir em motos ou veículos roubados durante a ação. Com a onda de ‘arrastões’, empresários já pensam em adotar nos estabelecimentos o chamado “botão do pânico”.

Frankie Marcone

Morro Branco e Nova Descoberta têm suporte de uma base comunitária e viatura, com três PMs

O sistema foi instalado, pioneiramente, em veículos do transporte coletivo de Natal  para coibir os roubos no interior dos carros e ainda não foi testado em todo o sistema. Ainda assim já é avaliado como alternativa por donos de bares e restaurantes para devolver segurança a empresários e clientes dos estabelecimentos comerciais, principalmente na Zona Sul de Natal, que nas duas últimas semanas se deparam com a ação de bandidos.Segundo o presidentes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Norte (Abrasel-RN), Max Fonseca, uma das primeiras medidas é fazer a interligação dos  circuitos internos de câmaras de TV do comércio ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), vinculado à Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed). 

Max Fonseca, disse que o aparelho de segurança pública do Estado foi quem tomou a iniciativa de conversar com o empresariado, motivo pelo qual se reuniu na segunda-feira (14), conversou com o secretário de Defesa Social, general Elieser Girão. Daí, decidiu-se que na terça (22), como de fato ocorreu, haveria outra reunião com  as equipes técnicas da Abrasel e da Sesed para começar uma parceria e definir um plano de trabalho: “A situação exatamente, agora, é fazer consultas a três empresas especializadas em segurança eletrônica para saber quanto vai custar essa integração com o Ciosp”.

Segurança eletrônica

Max Fonseca disse que, hoje, nem todos os 80 estabelecimentos associados dispõe de circuito interno de TV, mas já é uma praxe, entre eles, que em casos de alguma situação de anormalidade em determinada área ou quadra de um bairro, os empresários comunicam-se entre si para tentar algum tipo de prevenção contra abordagem de assaltantes.

Fonseca disse que a onda de assaltos a bares e restaurantes é preocupante, pois além dos prejuízos financeiros, traz insegurança e medo para os clientes e funcionários. “A gente está estudando um modelo que já foi implantado em João Pessoa”, disse ele, sem, no entanto, descrever como funciona o sistema de segurança de bares e restaurantes na capital da Paraíba.

Segundo Fonseca, apesar dessa onda de assaltos que começou agora, no ano passado só houve um roubo dentro de um estabelecimento associado à Abrasel, em Petrópolis. Este ano, acrescentou ele, não havia ocorrido assaltos a alguma empresa associada, até que houve, no começo da semana, o roubo a uma churrascaria na Ponta do Morcego, na Praia do Meio,

Para Max  Fonseca a questão da insegurança não é só um problema que ocorre em Natal, mas na maioria das capitais brasileiras e, embora, o assunto não conste da programação oficial do 26º Congresso Nacional da Abrasel, em Brasília, deverá ser levado a debate,  nos dias 13 e  14 de agosto.