ELEIÇÕES 2014
Na sequência da série ‘Propostas para o Rio Grande do Norte’, com
os cinco candidatos ao Governo do Rio Grande do Norte, a TRIBUNA DO
NORTE aborda na edição deste sábado, 26, a gestão de recursos humanos.
Pelo que se tem visto nos últimos anos, esse parece ser um terreno árido
na gestão pública estadual. Com poucos investimentos na máquina
administrativa, o serviço público estadual caminha a passos lentos, em
termos de modernização. E o cenário não é diferente quanto se trata da
qualificação dos mais de 35 mil servidores e profissionalização da
gestão de pessoas.
Magnus Nascimento
Com
poucos investimentos na máquina administrativa, o serviço público
estadual caminha a passos lentos, em termos de modernização
Embora
tenha adotado algumas ações no campo da gestão, como a realização de
censos, especialmente, na Educação, e implantação de ponto eletrônico,
na área da saúde, por outro, o governo Rosalba Ciarlini ainda não
consegue ter o controle da assiduidade e da produtividade do servidor
público estadual. Para se ter ideia, a pasta da Educação desconhece o
paradeiro de, pelo menos, 340 servidores.
Além disso, a máquina
tem problemas com déficit de recursos humanos. Somente na pasta da
Saúde, seriam necessários mais dois mil servidores. Em uníssono, os
sindicalistas afirmam que o funcionalismo público quer, entre outras
coisas: capacidade de atendimento com qualidade; evolução na carreira;
incorporação de novas tecnologias no serviço público, concurso público e
salário decente.
O governo contra-argumenta apontando os
limites comprometidos da Lei de Responsabilidade Fiscal. No primeiro
quadrimestre deste ano, o Governo ficou menos de 1% de infringir o
limite máximo imposto na LRF com despesa de pessoal. No caso do
executivo estadual, o limite prudencial é de 46,5% e o limite legal 49%
da receita. As despesas com pessoal consomem 48,91% da receita líquida.
Esse
comproemtimento - alega o governo - gera dificuldades para convocação
de aprovados em concursos e implantação implantação integral dos Planos
de Cargos, Carreira e Remuneração, aprovados ainda em 2010, e para os
quais já existe decisão judicial que obriga o governo a pagar os 60%
referentes aos efeitos financeiros dos PCCRs.
Diante dessa
realidade, a TN perguntou a cada um dos candidatos “Que metas o
candidato tem para a gestão de pessoas e implantação dos Planos de
Cargos, Carreira e Remuneração (PCCRs) pendentes? Conheça a proposta de
cada deles.
Araken Farias - PSL
Vamos começar nossa
gestão de pessoal fazendo uma ampla reforma administrativa no
funcionalismo público, porque hoje enfrentamos duas grandes
dificuldades: uma máquina pública muito pesada e ineficiente, que deixa
servidores insatisfeitos pelos baixos salários e falta de progressão na
carreira. Pretendemos reduzir 70% dos cargos comissionados, para ter
recursos suficientes para a realização de concursos públicos e a
convocação dos aprovados nos últimos certames. Isso permitirá que
tenhamos profissionais mais preparados para o trabalho técnico e acabará
com as indicações políticas que tanto prejudicam a gestão. A reforma
administrativa também vai permitir a reforma salarial, que melhorará o
sistema de carreiras e condições de trabalho. Vamos ainda criar o plano
de carreira dos policiais militares. Além do aspecto salarial, queremos
chamar o servidor para junto da gestão, criar fóruns de debate
permanente e contar com a ajuda deles para fiscalizar a administração e
evitar a corrupção. Vamos também firmar o pacto pela educação e pela
saúde, prioritariamente, para que o funcionário assuma sua importância
nessa virada que o Estado precisa e haja menos greves e mais motivação
para o trabalho.
Henrique Eduardo Alves - Pmdb
É
ilusão pensar em implantar mudanças e melhorias na gestão pública se o
servidor não estiver engajado nesse propósito. É ilusão, também, pensar
que se pode contar com o engajamento do servidor sem que antes seja
firmado um pacto, baseado no reconhecimento de sua importância,
fundamental para o bom funcionamento da máquina governamental, e na
fixação de um sistema de recompensa pelos resultados alcançados na busca
dessas melhorias. Assim, meus planos em relação ao servidor começam
pelas melhorias das suas condições de trabalho. Isso implica em um
programa permanente de qualificação e na fixação de uma política para a
retenção de competências, estimulando a implantação de sistemas de
avaliação por mérito e de responsabilização dos dirigentes por metas e
resultados. Vamos regulamentar a contratualização de metas e resultados
de desempenho e a aplicação de recursos orçamentários, tendo como
contrapartida a concessão de autonomia gerencial, orçamentária e
financeira dos órgãos. Vamos quebrar o velho paradigma que identifica no
serviço público a ineficiência, o desperdício e a falta de cuidado com a
gestão de recursos financeiros. Vamos aprimorar a sistemática de
negociação coletiva, criando um fórum permanente, que assegure
transparência e responsabilidade.
Robério Paulino - PSOL
A
gestão deve ser baseada em princípios como eficiência e agilidade na
prestação de serviços à população; valorização salarial; qualificação
intensiva e com recompensas dos servidores de carreira;
profissionalização do serviço público; introdução de avaliações de
desempenho para promoção, sem viés político ou perseguição e redução
drástica dos cargos comissionados, para evitar o loteamento da máquina
entre os partidos. Todo acesso à máquina deve ocorrer por concursos
públicos. Para democratizar a gestão, muitas vezes, feita de forma
autoritária e por indicação política, queremos Eleições Diretas para
diretores das unidades e a instituição de Conselhos Gestores por setor,
entre servidores, usuários e a administração. Vamos instituir data-base
por categoria e criar uma Mesa de Negociação Permanente com os
sindicatos, uma forma de evitar as greves constantes. Em relação aos
Planos de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCRs), que exigiu muita luta
dos servidores e que os governos vêm protelando, devem ser aplicados de
imediato, pois já existem decisões judiciais determinando sua
implantação em 2014. Caso não o sejam um governo do PSOL vai chamar já
no início do mandato as categorias da Administração Direta e Indireta
para discutir e implantar, já no primeiro ano, os PCCRs pendentes.
Robinson Faria - PSD
O
resgate do papel dos servidores públicos como cidadãos remunerados pela
população, que devem prestar serviços de qualidade aos demais cidadãos,
tem como alicerce a inclusão
do Servidor como partícipe do processo
de gestão pública, através do binômio reconhecimento e recompensa.
Dentro dessa perspectiva está a recuperação do papel dos servidores
públicos, instituindo e/ou aperfeiçoando uma política relativa aos
servidores e garantindo o investimento contínuo na sua capacitação,
através da Escola de Governo. É importante ressaltar que a ampliação dos
direitos e das políticas públicas exige, para seu pleno sucesso, um
funcionalismo tecnicamente competente, motivado e principalmente
comprometido com sua missão cidadã. Nesse ponto, no nosso governo, os
servidores públicos do Estado receberão valorização e isonomia entre os
que exercem atribuições similares, respeitadas as carreiras próprias e
os níveis funcionais. Sobre os PCCRs, uma conquista dos servidores, deve
ser respeitado. Enquanto presidente da Assembleia Legislativa busquei
sempre a valorização dos servidores e o mesmo farei chegando ao governo.
Simone Dutra - PSTU
A
terceirização é uma chaga no serviço público. Os funcionários destas
empresas recebem péssimos salários, têm direitos desrespeitados e, para
elas, são descartáveis. Todos os candidatos prometem reduzir a
terceirização, fazer concurso e cumprir os planos. Depois, usam a Lei de
Responsabilidade Fiscal para manter o funcionalismo no sufoco e
contratar empresas ‘amigas’. Em 10 dos últimos 11 anos, o estado superou
o limite prudencial. E os servidores pagaram a conta. Mas os governos
ignoram a LRF quando é para encaixar aliados. Rosalba achou dinheiro
para aumentar o total de comissionados em 58%, ao custo de R$ 1,2
milhão/mês a mais. A terceirização é irmã da corrupção, como mostrou a
operação Hígia, que condenou o filho da então governadora Wilma de Faria
por desvio de verba em contratos na saúde. Rosalba aumentou a
terceirização em 20%, ao custo de R$ 800 milhões por ano. Quase a metade
é na Saúde, que ainda precisa de 2 mil profissionais, mesmo após as
convocações recentes. Por isso, a primeira medida será fazer concursos
para garantir os direitos que a população exigiu nas ruas em 2013. Vamos
garantir Planos de Cargos discutidos com as categorias e acabar com a
terceirização. Os terceirizados com dois anos no Estado serão
absorvidos, com requalificação e direitos dos concursados.
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