OPOSIÇÃO
O líder do PT na Câmara,
deputado Paulo Pimenta (RS), anunciou que as bancadas do partido na
Câmara e no Senado votarão contra o decreto de intervenção federal,
assinado por Michel Temer, na última sexta-feira (16), sob a
justificativa de dar uma solução ao grave comprometimento da ordem
pública no estado do Rio de Janeiro.
No Plenário da Câmara dos Deputados, o decreto está previsto para ser
votado hoje, em sessão marcada para as 19 horas. Será o único item da
pauta.
Em coletiva à imprensa, o líder petista disse que “a ação
de Temer não é séria” e tem como objetivo “desviar a atenção para o
problema da falta de votos do governo para aprovar a Reforma da
Previdência”.
“A Bancada do PT na Câmara vai votar contra esse
decreto de intervenção federal no Rio. Entendemos que a medida não tem
como objetivo principal enfrentar o problema da segurança pública no
Rio, mas sim responder a um problema da agenda política do governo, que é
a falta de votos para aprovar a reforma”, explicou Pimenta.
O
líder petista ressaltou que essa percepção ficou demonstrada nas
palavras de integrantes do próprio governo, que declararam à imprensa
que a intervenção poderá ser suspensa se forem alcançados os votos
necessários para aprovar a reforma. “O governo diz: se tivermos os votos
para aprovar a reforma, nós suspendemos a intervenção. O que não pode,
já que não há previsão para isso. Trata-se de um decreto, que teria que
ser tornado sem efeito, para depois ser votado outro decreto. Se de fato
essa intervenção fosse séria e urgente, não haveria essa ideia de
suspensão”, observou.
O líder também frisou que na primeira
manifestação pública do interventor nomeado pelo governo, o general
Valter Braga Neto, a necessidade da intervenção foi posta em xeque. O
general disse à imprensa que a situação da segurança pública no Rio de
Janeiro “não está fora de controle”, mas o que há “é muita (exposição
da) mídia” sobre os casos de violência.
Ainda de acordo com o
líder, ao afirmar que não detém mais o controle da situação da segurança
no Rio o governador do estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), fez um “jogo
combinado com Temer”. “Desde julho do ano passado, existe um decreto em
vigor de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite a atuação das
Forças Armadas em conjunto com as forças de segurança do Rio, definida
por um plano de segurança. Até hoje, esse plano não foi elaborado, e
esse decreto já tinha sido prorrogado no último mês de dezembro”,
relembrou Pimenta.
Sobre o aumento dos casos de violência no Rio, o
líder do PT lembrou que a Emenda Constitucional que congelou os gastos
públicos, proposta pelo governo Temer, tem retirado recursos da área da
segurança pública no estado.
“O governo ignora que no primeiro ano de vigência do congelamento de
gastos faltam recursos no Rio para investimentos sociais, para gerar
empregos, para pagar em dia salários de policiais civis e militares e
agentes penitenciários, além de recursos para investir em melhores
condições de trabalho e na manutenção das Unidades de Polícia
Pacificadoras (UPP’s). O governo Temer age como se isso não tivesse
influência na situação do Rio de Janeiro”, acusou.
(por Notícias Ao Minuto)
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