POLÊMICA
Wladimir Costa (SD) ganhou notoriedade após estourar confetes durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016
O deputado paraense Wladimir Costa (SD), que ficou conhecido por
tatuar o nome de Michel Temer em seu corpo, foi filmado agredindo um
professor de Sociologia durante evento político no município de Jacundá,
a 439 quilômetros da capital, Belém, na noite de quinta-feira, 26.
No
vídeo que circula nas redes sociais, o deputado federal aparece com
bermuda e camiseta regata enquanto discursa na inauguração de uma
academia ao ar livre. Irritado com vaias que vinham da plateia, Waldimir
Costa partiu para o confronto. “Meu amigo, você fala, fala… Você quer
ir falar no (sic) microfone? Toma que eu vou levar o microfone para
você”, diz o deputado, caminhando na direção do autor das vaias.
“Explica a tatuagem do Temer”, disse o professor Therezo Souza Neto, 49
anos, em resposta.
Nesse momento, o deputado desfere um tapa em
Therezo, que ainda tem tempo de desviar o rosto e é atingido no pescoço.
Depois, as imagens mostram dois homens segurando o professor enquanto
Wladimir Costa retoma o discurso. “Respeita a cara de homem, vagabundo.
Homem, para mim, tem que respeitar cara de homem. Homem safado apanha na
cara. Se nunca apanhou na cara, apanhou agora. E pode filmar e colocar
na rede social”, desafia o deputado.
Therezo afirma que após ser
agredido pelo deputado, foi jogado no chão e chutado por seguranças do
deputado, mas a sequência das imagens não aparece nas redes sociais. O
professor contou ao jornal Estadão que foi pego de surpresa. “Achei que
ele não estava ouvindo (as vaias). Quando veio com o microfone na minha
direção, pensei na história da tatuagem”, disse.
Therezo fez exame
de corpo de delito, registrou Boletim de Ocorrência na delegacia da
cidade e garante que vai processar o deputado por agressão. O professor
já foi filiado ao PT e ocupou uma cadeira na Câmara de vereadores de
Jacundá entre 2013 e 2016. Hoje, está sem filiação partidária.
O
deputado Wladimir Costa ganhou notoriedade após estourar uma bomba de
confetes no plenário da Câmara dos Deputados em abril de 2016 e de
exibir uma tatuagem com o nome do presidente Michel Temer.
Procurado
pela reportagem, mandou avisar que não daria entrevista sobre o
assunto, mas em nota afirmou que reagiu “para compelir a injusta
agressão que vinha sofrendo”. Afirma também que “não é obrigado a
aceitar agressões verbais com palavras de baixo calão” O deputado negou
que estivesse acompanhado de seguranças.
Em dezembro do ano
passado, Wladimir Costa teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional
Eleitoral (TER), acusado de usar recursos de caixa 2 na campanha
eleitoral. O deputado recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e
poderá continuar no cargo até o julgamento do recurso.
(Estadão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário