MILICIANOS
Presos após operação da Polícia Civil para combater milícias em Santa
Cruz, no Rio de Janeiro (RJ) - 07/04/2018 (José Lucena/Futura
Press/Folhapress)
O juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal de Santa
Cruz, na zona oeste do Rio, revogou nesta quarta-feira (25) a prisão
preventiva de 137 presos na operação policial de combate à milícia
ocorrida no dia 7 de abril. No último dia 19, o juiz já havia revogado a
prisão preventiva do artista de circo Pablo Dias Bessa Martins, também
detido na ação e que viajou ontem para a Suíça, onde tem contrato de
trabalho e ficará por oito meses.
Desde as prisões, a Defensoria Pública vem denunciando que a
maioria das prisões foi ilegal. O único que havia sido libertado até
esta quarta-feira era Martins, que trabalha na Europa e estava em férias
no Rio. Na terça-feira (24), o Ministério Público apresentou à Justiça
pedido para que fossem revogadas as prisões de 138 pessoas — uma delas
era Martins, que já estava em liberdade.
A 20ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de
Inquéritos tinha apurado as condutas de cada um dos 159 presos e
concluiu que há elementos para denunciar 21 deles. Contra os outros 138
não existe nenhuma acusação.
O juiz escreveu na decisão que, considerando que o Ministério Público
é quem vai delimitar as acusações, “não resta ao Poder Judiciário outra
alternativa a não ser verificar se os fatos imputados, bem como os
indigitados autores, estão perfeitamente individualizados, de acordo com
as informações constantes da investigação policial”.
O magistrado determinou, ainda, a imediata entrega dos fuzis e
respectivas munições apreendidos para a Polícia Civil. “Se a nossa
sociedade ainda tem que conviver com o uso de fuzis dentro das cidades,
que o seja por parte de quem defende seus cidadãos”, decidiu.
Na operação policial do último dia 7 de abril, foram presas 149
pessoas e houve apreensão de 24 armas de fogo, entre elas fuzis,
pistolas e revólveres, além de granadas, 76 carregadores, 1.265 munições
de calibres variados, coletes balísticos, fardamentos e toucas ninjas.
Também foram apreendidos 11 veículos. Quatro pessoas que fariam parte da
milícia Liga da Justiça morreram na ação, em um sítio na zona oeste. No
local, ocorria a apresentação de dois grupos de pagode com ingressos
comercializados a vinte reais.
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