BRASIL, POLÍTICA
O ex-presidente Lula e o juiz Sérgio Moro (Nelson Almeida/AFP e Leonardo Benassatto/Reuters)
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediram nesta sexta-feira (26) ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato no Paraná, que desbloqueie bens do petista e do espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva,
morta em fevereiro de 2017. Segundo os defensores de Lula, o bloqueio
dificulta a “subsistência” do ex-presidente e a de seus familiares e o
direito dele à defesa.
Para atender à decisão de Moro de impor uma multa de 16
milhões de reais ao petista por reparação de danos no caso do tríplex do
Guarujá, foram bloqueados 9 milhões de reais em planos de previdência
privada de Lula, 606.727 reais em quatro contas bancárias, além de
imóveis e carros. No caso de Marisa, que teve a punibilidade extinta no
processo, os advogados querem o desbloqueio de metade dos valores das
contas e dos planos da BrasilPrev, do Banco do Brasil.
“Como dizer-se que o Estado de Direito não está em xeque se é negado
ao Primeiro Peticionário o direito à própria subsistência e, ainda, ao
elementar direito de defesa, em razão do açodado bloqueio de todos os
seus recursos de origem lícita? Como suportar os custos de uma defesa
diante desse cenário?”, questionam os advogados de Lula.
Eles argumentam que o direito à ampla defesa envolve a contratação de
técnicos “em diversas áreas”, além de haver despesas com deslocamentos
de advogados e custas processuais nas sete ações penais a que ele
responde no Paraná e no Distrito Federal. “Os defendentes do Primeiro
Peticionário terão que se deslocar para diversos locais do País,
exigindo gastos com passagens aéreas e demais despesas decorrentes da
viagem”, sustenta a defesa.
Os advogados de Lula, que costumam criticar supostos abusos de Moro
no processo, ainda indagam se “se pretende asfixiar a defesa pela
completa ausência de recursos”.
Condenado a 12 anos e um mês de prisão no processo referente ao
tríplex do Guarujá, o ex-presidente está preso desde o dia 7 de abril em
uma sala especial da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
(Por
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