REPERCUSSÃO
A ex-presidente Dilma Rousseff criticou o ex-ministro Antonio Palocci, que fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
Em nota, a petista afirma que ele produz “peças de ficção” para
“agradar aos investigadores” e conseguir liberdade. As informações são
do blog de Josias de Souza, do UOL.
Na quinta-feira (26), o jornal O Globo confirmou o acordo entre o
ex-ministro e a PF, cujo conteúdo permanece sob sigilo. A delação também
ainda precisa ser homologada pela Justiça. De acordo com a reportagem,
as declarações de Palocci poderiam comprometer os ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Preso desde setembro de 2016, Palocci foi condenado pelo juiz Sergio
Moro a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão pelos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
Leia abaixo a íntegra da nota escrita pela assessoria de Dilma Rousseff:
1)
O senhor Antonio Palocci volta a mentir ao dizer que teria participado
de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a então
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o então presidente da
Petrobras, Sergio Gabrielli, ocorrida em “meados de 2010”, no Palácio da
Alvorada, para falar de financiamento de campanha. Essa reunião nunca
existiu.
2) Como a própria Dilma
Rousseff já havia apontado, em setembro passado, o senhor Antonio
Palocci falta com a verdade. A tal reunião e outros encontros
mencionados pelo jornal para tratar de acertos de propinas ou de
“contratos do pré-sal” jamais existiram. São peças de ficção.
3)
A delação implorada do senhor Antonio Palocci tem um problema central.
Não está sustentada em provas. E ele não as tem porque tais fatos jamais
ocorreram.
4) No esforço
desesperado de obter a liberdade, o senhor Antonio Palocci cria um
relato que busca agradar aos investigadores, na esperança de que possam
deixá-lo sair da prisão.
5) A
submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma
lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos
presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões.
6)
Lamentável é que a “confissão” sem provas tenha se tornado o retrato
desses nossos tempos, em que, a cada dia, o Estado de Exceção vai
corroendo a frágil democracia e suas instituições. Nada estranho, agora,
que até a presunção de inocência passe a ser negada ou esquecida, e
sempre combatida.
7) O Globo,
mais uma vez, deixa de lado os princípios jornalísticos. Não procura
ouvir os “acusados”, nem publica qualquer linha sobre o que pensam os
advogados dos dois ex-presidentes. Não há sequer uma menção de que ambos
teriam sido procurados, o que mostraria ao menos um aparente
compromisso do jornal com a verdade, base da ética de uma imprensa livre
de países democráticos.
8) Por fim, é preciso reiterar que o
jornalismo de guerra praticado pelas Organizações Globo vem tentando
eliminar Lula e Dilma da vida política nacional, adotando como regra o
justiçamento midiático. Em vão. Não terão êxito.
(por Notícias Ao Minuto)
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