LENTIDÃO
Ex-prefeito de São Gonçalo, Jaime Calado ainda tem contas aguardando julgamento desde 2013
Você conhece o Tribunal de Contas de Natal? Pois é. Ele não existe.
Assim como não existem os de Parnamirim, Mossoró, Macaíba, Extremoz…
Consequentemente, as câmaras municipais desses municípios aguardam o
envio das contas de governo dos últimos cinco anos dos seus prefeitos,
fato motivador da concentração (e do atraso) de processos no Tribunal de
Contas do Estado e, também, da demora em eventuais pedidos de
ressarcimento de recursos públicos e, até, da aplicação mais precisa da
ficha limpa no Rio Grande do Norte.
Em tese, os municípios
deveriam ter suas contas analisadas como acontece com a prestação do
governo do Estado. No final de 2017, o TCE já havia julgado e aprovado o
parecer pela reprovação das contas da gestão Robinson Faria referentes
ao ano de 2016. Enquanto isso, de acordo com dados da própria Corte de
Contas, as contas de 2013, 2014, 2015 e 2016 do, agora, ex-prefeito do
Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), continuam tramitando no TCE.
Uma
delas, a de 2014, inclusive, sendo favorável a reprovação das contas do
ex-gestor, fator que, se confirmado na Câmara Municipal de Natal,
poderia resultar na inelegibilidade de Carlos Eduardo, cotado para ser
candidato ao Governo do Estado neste ano.
Carlos Eduardo Alves,
inclusive, não é o único que acabou se “beneficiando” dessa situação. O
TCE também continua analisando as contas de 2014, 2015 e 2016 de
Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Parnamirim. Nos três casos, só as
contas referentes ao exercício de 2012 já estão nas respectivas câmaras
municipais, mas ainda não foram julgadas pelo Legislativo.
Dessa
forma, é possível dizer, por exemplo, que um processo de prestação de
contas municipal demora algo em torno de cinco anos para ter um parecer
aprovado e enviado pelo TCE.
Em São Gonçalo do Amarante, por
exemplo, onde o ex-prefeito Jaime Calado também foi cotado para ser
candidato no pleito deste ano (a senador ou a deputado estadual), o
processo referente a prestação de contas de 2013 está parado desde maio
de 2017, no gabinete do conselheiro Tarcísio Costa.
Para o TCE,
não há muito o que se questionar quanto a essa tramitação: o problema
são as limitações do órgão de controle. Via assessoria de imprensa, o
Tribunal explicou que no Rio Grande do Norte não há tribunais de contas
municipais, como existe, por exemplo, no Rio de Janeiro. Tampouco, um
exclusivo para analisar as contas dos municípios – como ocorre na Bahia.
O
resultado disso é que as prestações de contas ficam concentradas nas
diretorias do TCE, que concentram processos de 167 prefeituras e 167
câmaras municipais.
(Ciro Marques/AgoraRN)
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