A morte de um médico de 63 anos com sintomas que podem estar
relacionados à gripe causada pelo vírus H1N1, em Natal, colocou as
autoridades e os potiguares em alerta. Apesar disso, as pessoas que
buscam as unidades de saúde da capital potiguar para se vacinar contra a
doença estão com dificuldade para encontrar as doses. Ainda não existe
casos confirmados da gripe H1N1 no estado em 2018. Porém dois casos de
Influenza (o vírus de gripe) foram confirmados pelas autoridades
estaduais.
Embora a campanha de vacinação contra a gripe tenha começado na última
segunda-feira (23), parte das unidades de saúde já não tem mais
disponibilidade. As pessoas que conseguiram encontrar um postos com
doses, precisaram enfrentar grandes filas, na manhã desta quinta-feira
(26).
No posto de saúde do Parque dos Coqueiros, na Zona Norte, a vacina já
tinha acabado. Na unidade São João, Zona Leste da capital, a fila tinha
mais de 60 pessoas durante. Muitas chegavam de outros postos, onde não
encontraram dose disponível. Em Mirassol, na Zona Sul, o posto também
não contava com a vacina.
De acordo com usuários, unidades da região metropolitana também estavam
sem doses de vacina contra a gripe. É o caso do posto da Coophab, em
Parnamirim, e as unidades de Cidades das Flores e Cidade das Rosas, em
São Gonçalo do Amarante.
A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), responsável pela
distribuição das vacinas para todos os municípios potiguares, confirmou
que recebeu até agora 35% das doses esperadas para o estado, o que
representa 319 mil vacinas. Essa distribuição normalmente já é
fracionada. Um lote com mais 15% do total deve chegar na próxima
segunda-feira (30).
Em Natal, a Secretaria Municipal de Saúde informou que não sabia
quantas unidades de saúde estavam sem vacina. Em Parnamirim, todos os
postos deverão estar todos abastecidos na tarde desta quinta-feira (26),
segundo a prefeitura.
Casos de gripe
Ainda de acordo com a Sesap, ainda não houve nenhum óbito confirmado
por H1N1, no estado, ao longo de 2018. Até o dia 7 de abril, de acordo
com os dados oficiais, houve três mortes por Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG) e um "por outros vírus respiratórios".
"Com relação ao caso de um paciente que teria ido a óbito nesta
quarta-feira (25), supostamente acometido pelo H1N1, a Sesap só poderá
confirmar ou descartar quando realizar a investigação epidemiológica",
confirmou a pasta. A Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica ainda
aguarda a análise dos exames laboratoriais, que poderão confirmar ou
não o vírus.
Em um boletim nesta quinta-feira (26), a Foram notificados 43 casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Desse total, 38 amostras foram
coletadas e enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do RN
(Lacen). Dois casos foram classificados como provocado por Influenza.
Desses casos classificados como Influenza, um foi de influenza A (H3)
sazonal e outro de influenza B. Não há registro de H1N1 pandêmica.
Dos 43 pacientes notificados com síndrome respiratório aguda, 20
receberam alta por cura. No período, houve quatro mortes por SRAG, mas
nenhum foi confirmado para influenza.
“O vírus está circulando, estamos no período de sazonalidade. Mas
aqueles casos leves de síndrome gripal, em que a pessoa procura um
ambulatório, toma a medicação e vai para casa, esses casos não são
notificados e não entram no sistema. Em termos de vigilância
epidemiológica, só são notificados os casos de internações por Síndrome
Respiratória Aguda Grave”, explicou Wanessa Lélis, da área técnica de
vigilância da influenza e doenças agudas respiratórias da Sesap.
Recomendações
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2018 teve início no
23 de abril e se estende a 1° de junho, sendo 12 de maio o "Dia D" de
mobilização nacional. De acordo com as autoridades, ela é a melhor forma
para se evitar a doença.
A vacina é indicada para o controle de surtos institucionais ou
hospitalares de influenza sazonal, para os que pertencem aos grupos de
risco já definidos para a vacinação anual e para as crianças de 6 a 24
meses.
Fazem parte dos grupos elegíveis para a vacinação as crianças na faixa
etária de seis meses a menos cinco anos de idade (4 anos, 11 meses e 29
dias), gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), indivíduos a
partir dos 60 anos, trabalhadores da saúde, professores de escolas
públicas e privadas, povos indígenas, grupos portadores de doenças
crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais,
adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas
socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do
sistema prisional.
(Por G1 RN)
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